ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
30-6-2011.
Aos trinta dias do mês de junho do ano de dois mil e
onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte,
Elias Vidal, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mario Fraga, Paulinho Rubem
Berta, Reginaldo Pujol e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz,
Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Pedro Ruas, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Adeli Sell,
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/11 (Processo nº 1233/11).
Durante a Sessão, deixaram de ser votadas Atas da Quadragésima Quinta,
Quadragésima Sexta, Quadragésima Sétima, Quadragésima Oitava, Quadragésima
Nona, Quinquagésima, Quinquagésima Primeira, Quinquagésima Segunda e
Quinquagésima Terceira Sessões Ordinárias, da Sexta e Sétima Sessões
Extraordinárias e da Oitava e Nona Sessões Solenes. Do EXPEDIENTE, constou o
Ofício nº 541/11, do senhor José Mauro Peixoto, Chefe de Gabinete da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado, nos
termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a debater questões atinentes à
proteção, educação e saúde animal no Município de Porto Alegre. Compuseram a
Mesa: a vereadora Sofia Cavedon e os vereadores DJ Cassiá e Toni Proença,
respectivamente Presidenta, 1º Vice-Presidente e 1º Secretário da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o senhor José Fortunati, Prefeito de Porto Alegre; e
a senhora Regina
Becker, primeira-dama do Município de Porto Alegre. Após, o senhor Presidente
concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I e II, ao senhor
José Fortunati e à senhora Regina Becker, que se pronunciaram sobre o tema em
debate. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou a presença, neste
Plenário, da senhora Sônia Vaz Pinto, Secretária Municipal de Administração. Em COMUNICAÇÕES, nos termos
do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores
Waldir Canal, Pedro Ruas, Maria Celeste, Fernanda Melchionna e Adeli Sell. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se o vereador Idenir Cecchim e a vereadora
Maria Celeste. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Bernardino
Vendruscolo. Após, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e
da professora Ana Carolina Christofari, da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Aramy Silva, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para
participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta
Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João Antonio Dib. Em
continuidade, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se o vereador Nelcir Tessaro. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à senhora Lígia Zamin, Presidenta da Associação dos Servidores
do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, que se manifestou acerca
do provimento de vagas de Conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Pedro Ruas, Carlos Todeschini e Luiz Braz manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o vereador Adeli Sell
formulou Requerimento verbal, posteriormente apresentado por escrito e aprovado,
após constatada a existência de quórum deliberativo, solicitando que cópias dos
apanhados taquigráficos referentes ao pronunciamento da senhora Lígia Zamin, em
Tribuna Popular, fossem encaminhadas ao Governador e ao Presidente da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Às dezesseis horas e
seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezesseis horas e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o senhor
Presidente registrou o comparecimento, nos termos do artigo 139 do Regimento,
do senhor Kevin Krieger, Diretor-Presidente da Fundação de Assistência Social e
Cidadania, acompanhado do senhor Valter Jorge Schäffel, usuário do Albergue
Municipal, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a
palavra a Suas Senhorias, que discorreram acerca dos problemas vivenciados
pelos moradores de rua de Porto Alegre e das atividades assistenciais
desenvolvidas pela FASC, em especial no referente ao funcionamento dos
albergues instalados na Cidade. Na oportunidade, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador
Toni Proença, solicitando alteração do rito previsto no artigo 139 do
Regimento. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra aos vereadores
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Maria Celeste e Dr. Thiago Duarte, que se
manifestaram e formularam questionamentos acerca do assunto abordado na
presente Sessão pelos senhores Kevin Krieger e Valter Jorge Schäffel. Após, o senhor Presidente
concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor
Kevin Krieger. Às dezessete horas e seis minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e sete minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores Dr. Raul Torelly, Professor Garcia e Luiz Braz. Na ocasião, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº
061/11, de autoria do vereador Carlos Todeschini, no dia de ontem, na Câmara
Temática Regional de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, no Auditório do Centro
Administrativo Fernando Ferrari, às quatorze horas, em Porto Alegre; e nos
056 e 58/11, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, respectivamente
hoje, na abertura da 75ª Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
Públicos de Transporte Urbano e Trânsito, às nove horas, no Sheraton Porto
Alegre Hotel, em Porto Alegre, e no dia vinte e oito de junho do corrente, na
29ª Reunião Ordinária do Conselho das Cidades, em Brasília – DF. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 003/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos 039, 048, 067, 068
e 087/11 e o Projeto de Resolução nº 016/11. Durante a Sessão, os vereadores
Aldacir José Oliboni, Waldir Canal, Pedro Ruas, Maria Celeste, Luciano
Marcantônio, Nilo Santos e Luiz Braz manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Às dezessete horas e trinta minutos, nada mais havendo a tratar, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores
DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo
senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos às
Hoje temos a presença
do Prefeito, José Fortunati, e da primeira-dama, Regina Becker, que tratarão de
assunto relativo à proteção, educação e
saúde animal no Município de Porto Alegre. Sejam bem-vindos a esta Casa
e queiram compor esta Mesa.
O Sr. José Fortunati está com a palavra.
O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá, ao cumprimentá-lo, quero cumprimentar meus caros e nobres Vereadores
e Vereadoras. É uma grande alegria retornar a esta Casa, especialmente
atendendo ao convite feito pelo nosso Líder e Vereador Waldir Canal, para falar
sobre as políticas que a Prefeitura de Porto Alegre tem adotado e pretende
adotar ainda mais em relação à questão animal. Quero saudar também as nossas
protetoras que se encontram entre nós.
Começo, naturalmente,
agradecendo todo o apoio que recebemos na votação do Projeto de Lei que criou a
Secretaria Especial dos Direitos Animais. Tenho consciência de que foi
realizado, nesta Casa, um amplo debate sobre o tema, um profundo debate,
tentando buscar, de todas as formas, uma compreensão muito forte dos impactos
que essa proposta traria à cidade de Porto Alegre, e, ao final, quase por
unanimidade, esta Casa deliberou pela aprovação do Projeto de Lei.
Quero agradecer o
empenho das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores, que,
indiscutivelmente, colocam, mais uma vez, a cidade de Porto Alegre como uma
cidade pioneira nas questões voltadas à sustentabilidade ambiental e, agora, na
área específica da questão animal.
Quero aqui fazer uma
pequena retrospectiva para que a gente compreenda a questão animal no
Município. É bem verdade, meu Vereador e Líder João Antonio Dib, que alguns
setores da Prefeitura de Porto Alegre, historicamente, têm cuidado da questão
animal. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, historicamente, trata da
questão animal no que diz respeito aos animais silvestres - essa é a grande
preocupação da SMAM; na Saúde, há uma preocupação com as doenças causadas pelos
animais, por meio do departamento chamado Zoonoses; na EPTC, há uma preocupação
muito clara com os cavalos que são apreendidos nas vias públicas, ou por
maus-tratos, ou por abandono.
Essas políticas têm
sido executadas, de uma forma ou de outra, em benefício dos animais da nossa
Cidade, mas fomos percebendo que faltava uma política mais efetiva, Ver. Toni,
sobre os animais domésticos, especialmente aqueles em situação de risco,
animais como gatos, cães, cavalos e outros, que estão nas vias públicas, que
têm dono ou não, que pertencem às comunidades, Ver. Paulinho, e que não vinham
recebendo a atenção que considerávamos adequada. Essa política, Professor
Garcia, começou já com o seu antecessor na Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, o Ver. Beto Moesch, que teve a preocupação de começar a construir, de
forma plural, com várias Secretarias, uma política voltada à questão animal.
Após essa iniciativa, nós, na gestão do Prefeito José Fogaça, fundamos a
Coordenadoria do Bem-Estar Animal no âmbito da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre e passamos a desenvolver isso com intensidade. O Prefeito Fogaça,
inclusive, Ver. Mario Fraga, me deu a atribuição de coordenar esse importante
instrumento das políticas públicas voltadas para a questão animal.
Desenvolvemos várias atividades, mas fomos percebendo, Ver. Todeschini, que,
indiscutivelmente, estávamos muito distantes de uma política que pudesse, de
forma ousada, de forma propositiva e razoável, avançar para darmos uma atenção
maior à questão animal.
A Coordenadoria foi
importante. Depois de ter deixado essa função, a Regina Becker, minha esposa,
assumiu, de forma voluntária, a Coordenação do trabalho animal. Nós
percebíamos, Dr. Raul, que ainda estávamos distantes da existência de um
instrumento que pudesse sedimentar a prática de políticas públicas voltadas
para a questão animal de forma contundente. Não tenho dúvida, Ver. Bernardino,
de que a criação da Secretaria nos instrumentaliza, de uma forma muito mais
forte, para que a gente possa avançar em relação a isso.
Eu gostaria aqui,
minha Verª Fernanda Melchionna, de refletir um pouco sobre a amplitude das
políticas que, obrigatoriamente, o Poder Público deve desenvolver em relação
aos animais. Alguns ficam imaginando que a preocupação seja única e
exclusivamente por uma questão de apego ou de afeto ao animal. Certamente nós
que vivemos numa sociedade e olhamos essa sociedade com um olhar maior, um
olhar holístico sobre a forma como a natureza deve conviver com o ser humano,
não podemos menosprezar a importância de olharmos o animal como um ser vivo e
que merece, da nossa parte, Ver. Oliboni, uma atenção muito especial. Então, o
afeto, o carinho em relação aos animais deve estar presente no nosso cotidiano,
nossa Presidente Sofia Cavedon, e deve fazer parte das políticas públicas que o
Poder Executivo desenvolve no seu cotidiano, mas não foi essa a única
preocupação em relação à criação da Secretaria.
Poderíamos, através
das ações já desenvolvidas, Ver. Pujol, continuar dando o nosso afeto e carinho
aos animais, mas não, nós precisávamos, realmente, de um instrumento que olhasse
a questão animal na magnitude absolutamente importante que se coloca frente a
nós, Ver. DJ Cassiá, na relação desse animal com a Cidade de Porto Alegre. Por
isso, a Secretaria vem, indiscutivelmente, para ampliar essa política.
O Ver. Pedro Ruas
sabe perfeitamente, como jurista que é, além de um brilhante Parlamentar e
homem público, que não basta termos a boa vontade para realizarmos uma ação, é
necessário que os instrumentos existam, que possibilitem que o Poder Público
possa executá-la com a seriedade devida, com a contundência devida e com os
meios necessários para que isso aconteça no nosso cotidiano.
Por isso, meu Ver.
Luciano Marcantônio - que tanto cuidou da questão das carroças no Executivo -,
V. Exª sabe perfeitamente que estamos tratando, indiscutivelmente, de um tema
absolutamente complexo, que simplesmente ultrapassa o nosso afeto e o nosso
carinho em relação aos animais.
Percebe-se, de um
lado - e vamos começar a tratar isso de uma forma mais profunda, Ver. Nelcir
Tessaro -, a proliferação de animais sem qualquer controle, o que pode
significar epidemias, endemias, doenças que são transmitidas às pessoas. Aliás,
o Ver. Todeschini, como engenheiro agrônomo, sabe perfeitamente disto; se
deixarmos que proliferem, pura e simplesmente, animais pelas nossas ruas, sem
qualquer controle, sem controle da vigilância sanitária, por exemplo, isso pode
se transformar numa epidemia que venha a atingir, naturalmente, o ser humano.
Então, essa é uma questão importante a ser tratada. Como se combate isso? Naturalmente
por meio de uma política correta de controle populacional, e não pela matança,
como historicamente este País estava habituado. Tínhamos um excesso de animais
de rua, cachorros e gatos, especialmente, e o que acontecia, meu Ver. Waldir
Canal? Simplesmente passava a carrocinha, recolhia esses animais, e, em
seguida, eles eram sacrificados, política com a qual não concordamos e que,
felizmente, vem sendo banida do País de forma bastante acentuada. Por isso
estamos propondo uma política que é defendida por todas as Organizações Não
Governamentais de proteção a animais e por pessoas que voluntariamente amam os
animais e praticam o bem a eles, que é a esterilização e a castração como
política adequada, Ver. Dr. Thiago, para que a gente possa ter um controle
populacional de forma adequada. Queremos fazer isso com os animais que estão
nas vilas populares, animais de comunidade, tratando-os de forma adequada,
dando os medicamentos, fazendo o tratamento adequado, fazendo a esterilização,
a castração e devolvendo esse animal à própria comunidade. Já estamos fazendo
isso na transferência das vilas populares, e cito dois casos concretos: a Vila
Chocolatão, esse exemplo que hoje o mundo olha com muito carinho, pelo seu
símbolo, pela simbologia da construção plural em que a transferência aconteceu.
Todos os animais que foram transferidos com as suas famílias da velha
Chocolatão para a nova Chocolatão foram devidamente tratados, vermifugados e
esterilizados, para que pudessem chegar ao seu novo ambiente em condições
bastante adequadas. Estamos fazendo isso em relação à Vila Dique; estamos
transferindo, exatamente para que possamos dar condições para a ampliação da
pista do Aeroporto, para a reformulação e requalificação da pista do Aeroporto.
Com relação a todas as famílias que estão sendo transferidas para o Porto Seco,
para um novo loteamento que a Prefeitura vem construindo, essa transferência
está se dando com o acompanhamento também dos animais, com tratamento adequado
para que os animais possam ser também remanejados nas condições adequadas.
Entre essas condições, há a questão da esterilização e da castração.
Não basta isso, nós
queremos avançar com a Secretaria naquilo que é fundamental. Tínhamos - faço
uma referência a Denise Furtado, que foi parceira na Secretaria Estadual da
Educação - um programa voltado para as escolas públicas estaduais, o Programa
Adoção Responsável, algo extremamente importante, voltado para convencer e
mudar a mentalidade das nossas crianças e adolescentes, para que as famílias,
como um todo, compreendam que, no momento em que uma família adota um animal,
esse animal, naturalmente, vai demandar cuidados com alimentação, com um bom
veterinário e outros cuidados que extrapolam, simplesmente, a compra de um ser
vivo, que não é um objeto. Muitas vezes, essas famílias, simplesmente por
impulso, acabam comprando um animal, que passa para o convívio familiar. Tempos
depois, essa família, incomodada, porque o bichinho, entre aspas, dá trabalho,
acaba se desfazendo dele, simplesmente jogando esse animal nas ruas, o que
acaba determinando toda a complexidade que nós sabemos.
Então, o trabalho que
a Secretaria vai desenvolver junto às escolas públicas do Município, junto às
escolas públicas estaduais que se localizam em Porto Alegre e junto às escolas
privadas que se localizam em Porto Alegre é um trabalho de educação animal, ou
seja, a Adoção Responsável. Precisamos convencer as pessoas de que a adoção é
fundamental, mas não somente a adoção de raças definidas, ou seja, de um cão de
raça. É importante também o convencimento de que a adoção de um vira-lata, de
um cão de rua, é absolutamente indispensável.
Nós temos uma
experiência concreta: ao longo da nossa coexistência, eu a Regina adotamos
inúmeros cães. Fica muito mais do que provado - temos um cão da raça, um
labrador, que ganhei - que o carinho, a forma de relação dos nossos vira-latas,
entre aspas, conosco é uma coisa maravilhosa. Eu desconheço alguém que tenha
adotado um vira-lata e que não tenha ficado, Ver. Pujol, extremamente
satisfeito com esta convivência no seu cotidiano.
Por isso, eu não
tenho dúvida, Ver. Mauro Pinheiro - respeitando o seu voto -, de que a
Secretaria não pode ser vista simplesmente como política específica de uma
determinada área, mas é uma política que se incorpora a todas as demais
políticas que o Município de Porto Alegre vem desenvolvendo em relação à
qualificação da nossa Cidade, qualificação esta que busca, acima de tudo, dar
ao ser humano uma qualidade de vida melhor.
O Ver. Adeli Sell,
que, ao longo do tempo, também tem dedicado a sua vida à causa animal, sabe
perfeitamente que, a busca de políticas públicas que possam operar, de uma
forma muito mais forte, a relação do ser humano com os animais torna a nossa
sociedade muito mais honesta, gentil, sensível, muito mais humana, muito mais
espiritualizada, não tenho dúvida.
Mas não quero falar
sozinho. Fomos convidados pelo Ver. Waldir Canal, eu e a Regina Becker, minha
primeira-dama. Então, minha Presidente, tomo a iniciativa, para que possamos
passar o restante do tempo à minha esposa, Regina Becker, para que ela possa
falar, de uma forma mais adequada, sobre o que a Secretaria passará a fazer a
partir da sua implementação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Srª Regina
Becker, primeira-dama do Município, está com a palavra.
Regina, me perdoe,
por favor, porque vou representar a Câmara no lançamento do Programa Estadual
de Erradicação da Pobreza, no Palácio. Sejam bem-vindos, a senhora e o Sr.
Prefeito, a esta Casa.
Informo aos
Vereadores que as inscrições estão abertas para este período de Comunicações.
Convido o Ver. DJ
Cassiá para reassumir a presidência dos trabalhos.
(O Ver. DJ Cassiá
reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. REGINA BECKER: Exma Srª
Sofia Cavedon, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, particularmente o Ver. Waldir Canal - agradecemos o convite -;
senhoras e senhores presentes, eu gostaria, rapidamente, de fazer um relato das
atividades que vimos desenvolvendo ao longo desse tempo, a partir do momento em
que o meu marido, José Fortunati, assumiu como Prefeito da Capital.
Algumas coisas
pontuais, como ele já relatou, estão, neste momento, sendo desenvolvidas; são
projetos que caminham paralelamente dentro da Coordenadoria Multidisciplinar de
Políticas Públicas para os Animais Domésticos - a Comppad. Nós recebemos a doação, primeiramente, de um ônibus da
Carris, que foi adaptado com compartimentos para cães e gatos. Hoje ele está
sendo utilizado para o transporte de animais que estão passando pelo processo
de esterilização, com vistas ao controle reprodutivo animal - cães e gatos.
Esse ônibus está sendo utilizado diariamente de vilas populares para a clínica
que foi licitada. Essa clínica vai executar 3.072 procedimentos que já estão em
andamento.
Eu digo para vocês
que é uma coisa bem emocionante ver a felicidade com que os proprietários
desses animais entregam os seus bichos, com a certeza de que eles estão indo e
que eles voltarão para casa em condições melhores. Mas, antes de passar por
esse processo, eles necessitam passar por um processo de vermifugação. Sete
dias antes de eles serem submetidos ao processo cirúrgico, eles têm que estar
vermifugados, eles não podem ter verminose alguma. Então, é um procedimento que
antecede esse trabalho. Nós pretendemos estender isso para Porto Alegre, e a
nossa prioridade são as vilas populares em processo de remanejamento, mas isso
será estendido a Porto Alegre como um todo, na medida em que pudermos abraçar a
Cidade.
Nós também temos um
ônibus, que é a Unidade Móvel 1, do Projeto Bicho Amigo, que está em processo
de finalização, e foi doado pela ATP. Esse ônibus está sendo adaptado com dois
blocos cirúrgicos. E digo a vocês que é um trabalho maravilhoso. Está sendo
feito pela Empresa Vettura, de São Leopoldo, que é a maior fabricante de motor homes do País. Será uma unidade
móvel com dois blocos cirúrgicos adaptados completamente, com todas as
necessidades exigidas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, inclusive
com anestesia inalatória, muito moderna, em que o animal, à medida que ele vai
sendo submetido ao atendimento cirúrgico, quando ele vai acordando, a dosagem
vai diminuindo ou aumentando, de acordo com o momento em que ele estiver
passando pelo processo.
Nós também desenvolvemos
ações em relação aos cavalos abandonados em Porto Alegre. Quando nós assumimos
a Prefeitura, havia no plantel da EPTC 117 animais recolhidos das vias públicas
em estado de abandono ou maus-tratos. Através de um Termo de Ajustamento de
Conduta com o Ministério Público, foi-nos permitido que esses cavalos fossem
doados para entidades juridicamente reconhecidas. Hoje, o nosso plantel está
zerado. Os cavalos foram doados para CTGs. Com a ajuda da Brigada Militar, eles
são transportados, foram doados para escolas técnicas. A Escola Técnica de
Viamão ganhou 28 animais. A EPTC, hoje, não dispõe mais de animais na cabanha
da Zona Sul. Os animais, quando chegam, são tratados, acompanhados por uma
veterinária e, assim que estão em condições, eles são imediatamente doados. Nós
já temos listas de entidades interessadas em adotar animais - cavalos machos e
fêmeas - recolhidos das vias públicas de Porto Alegre.
Temos também o
Projeto de Adoção Responsável nas escolas. Tenho participado de palestras e
feiras aos sábados nas escolas do Município, levando essa nossa preocupação em
relação aos animais.
Temos desenvolvido
muitas outras ações em relação a eles, mas eu quero passar a vocês a minha
preocupação agora com temas que têm a ver com o futuro, um futuro que se avizinha,
em pouco tempo. Nesse futuro, vocês serão peças importantíssimas para nós. Nós
temos que lidar com coisas muito maiores do que simplesmente os três eixos
básicos: o controle reprodutivo animal, vermifugação e vacinação e a adoção
responsável. Nós temos matérias importantes a lidar como o comércio ilegal, o
comércio legal que é feito em condições não muito boas e que tem que ser
acompanhado.
Quanto à questão dos
cães de guarda, o Estado do Paraná baniu as empresas que trabalham com os cães
de guarda. Aconteceu que três mil desses cães vieram para o Rio Grande do Sul e
hoje são utilizados para fazerem o policiamento de áreas públicas e privadas em
Porto Alegre e Região Metropolitana. Nós não somos contra essa atividade, não
somos favoráveis ao fato de esses cães ficarem dias e dias sem alimentação,
absolutamente sozinhos, tirando, inclusive e principalmente, o trabalho de
humanos. Nós somos favoráveis, sim, ao fato de essas empresas atuarem na Cidade
desde que esses cães estejam acompanhados por uma pessoa. É um mercado de
trabalho que está se estreitando, porque a legislação trabalhista estabelece
determinadas condições. Não são cobrados tributos federais, estaduais e
municipais de um cão que está fazendo trabalho de guarda, ao passo que, do ser
humano, sim. É muito mais vantajoso contratar um, dois, três cães para fazerem
o policiamento de uma área, do que o ser humano, que estaria ali, numa jornada
de trabalho, cumprindo determinadas funções e com o qual, consequentemente, a
empresa estaria vinculada, tendo que pagar obrigações fiscais e tributárias.
Nós também estamos
muito preocupados com a questão da chipagem. Entendemos que a chipagem é uma
coisa importantíssima. Os animais têm de sair dos seus criadouros chipados, têm
que sair, por parte do Poder Público, chipados. Acontece que não existe uma
legislação estadual nem federal que diga que está bem. Há necessidade também de
um sistema único de armazenamento de dados para essa chipagem, porque o animal
sai de Porto Alegre ou sai do Rio Grande do Sul, e acabou-se a leitura. Como é
que está o registro? Não existe um sistema único no Rio Grande do Sul nem no
País.
Então, são
legislações que necessitam ser implantadas para que esse controle seja feito,
de uma forma geral, não só para cães e gatos, mas para todos os animais. Hoje
em dia, na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e no Japão existe um sistema
único de leitura de chip, aqui nós
não temos. Aqui, no Rio Grande do Sul, nós temos três empresas que atuam nessa
área com um sistema absolutamente diferente. Então, é impossível fazer o
monitoramento, e essa questão também passa por esta Casa Legislativa.
Nós temos muitas
coisas a trazer para cá. É um trabalho que está sendo inovador; nós precisamos
da ajuda de vocês. Conto com a ajuda de vocês, porque não se trata, como disse
o Fortunati, somente de uma questão de compaixão, de adorar animais ou não,
isso passa por uma questão maior, passa por uma questão de meio ambiente; um
Deus que criou todos e tudo, somos filhos de um mesmo Pai, somos filhos de uma
mesma criação, em que pesem humanos ou não humanos, mas somos todos nós
partícipes de um mesmo ecossistema que precisa ser respeitado. Deus é um ser de
absoluto amor, e Ele preza pela vida dos seus filhos. É nessa base que nós
atuamos e nessa base que nós dirigimos as nossas ações.
Para finalizar, eu
gostaria de dizer para vocês que, na Sessão em que estive presente aqui, nesta
semana, na segunda-feira, eu estava tomada de encantamento. Vocês podem ter
percebido na minha expressão, pois eu, sentada àquela Mesa - foi a primeira vez
que estive naquela Mesa -, estava embebida de um encantamento. Por quê? Porque
todos vocês se manifestaram, todos vocês demonstraram uma especial atenção e
uma especial dedicação e amor à questão animal. E isso me sensibilizou muito.
Em que pese o fato de termos posições políticas antagônicas, muitas vezes, a
questão animal é um dos temas que nos unem e que podem nos tornar melhores
neste mundo em que vivemos, que é tão atribulado e tão divergente.
Agradeço, de coração,
o fato de vocês terem acolhido este Projeto. E vocês podem ter certeza de que
farei tudo o que eu puder para que este tema seja bem conduzido no Município de
Porto Alegre. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero registrar
a presença da Secretária Municipal de Administração, Sônia Vaz Pinto, minha
grande amiga, grande amiga desta Casa, grande parceira deste Parlamento. Seja
bem-vinda, Secretária; sinta-se em casa!
O Ver. Waldir Canal
está com a palavra em Comunicações.
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Srs. Vereadores, boa-tarde a todos. Quero, primeiramente, saudar e
agradecer a presença do nosso Prefeito, José Fortunati, e da sua esposa,
primeira-dama, Srª Regina Becker; protetores dos animais, senhoras e senhores;
aqueles que nos assistem pela TV, que nos ouvem pelo rádio, quando nós, nesta
semana, aprovamos essa Lei, a criação dessa Secretaria, demos um passo
extremamente importante rumo à solução de um problema que, muitas vezes, passa
desapercebido, Sr. Prefeito. Pela correria do dia a dia, muitas vezes não são percebidos os maus-tratos que ocorrem nas ruas da nossa Cidade, do nosso Estado, a
esses animais, muitos deles indefesos, e nós podemos ver que eles precisam,
sim, da nossa ajuda, precisam da nossa proteção, precisam de políticas que
venham resguardar os seus direitos, que venham proporcionar até mesmo uma
convivência digna com os humanos, com as pessoas.
Quero parabenizá-los,
senhor Prefeito e senhora primeira-dama, por isso. Na oportunidade aqui, nesta
tribuna, no dia da votação, eu já havia me referido à coragem da criação dessa
Secretaria.
Eu ouvi alguns
relatos, senhor Prefeito, de algumas pessoas desinformadas, dizendo que a
Secretaria dos Animais seria criada para tirar os animais da rua por causa da
Copa. Não se trata disso. Ao analisar o Projeto, ao analisar o foco dessa
Secretaria, o foco desse trabalho, a política pública envolvida nesse trabalho,
nessa empreitada, nós podemos observar que é uma iniciativa que vem ao encontro
da necessidade não apenas dos animais, mas também das pessoas, porque os
animais bem tratados, desverminados, cuidados, proporcionarão saúde para as
crianças, saúde para os adultos. Assim, eliminaremos vetores de doenças,
proporcionando mais saúde àquelas famílias de baixa renda, àquelas famílias que
não têm condições nem mesmo de vacinar o seu animal, àqueles que fazem, por
exemplo, do cavalo o seu meio de subsistência. É preciso olhar o bem-estar do
animal, treinar as pessoas para que elas possam ter condições de subsistir de
outra maneira, sem agredir, sem maltratar os animais.
Nós queremos aqui,
Sr. Prefeito e Srª primeira-dama, trabalhar juntos, queremos o sucesso dessa
Secretaria, queremos que ela realmente venha a atingir o seu objetivo.
Quero relatar aqui a
quantidade de e-mails com
manifestações que recebemos das pessoas de Porto Alegre, do interior do Estado
e de outros Estados, pessoas que estavam acompanhando este momento da capital
dos gaúchos; este momento que, com certeza, vai servir e já serviu até mesmo de
impulso para outras cidades pensarem com mais atenção esse tema.
Para concluir, Sr.
Presidente, quero deixar aqui esse meu testemunho, o meu relato, e dizer, Sr.
Prefeito, que esta tarde, quando o senhor e sua esposa estão aqui para nos
mostrar como, de fato, vai funcionar essa Secretaria, com certeza vai elucidar,
vai abrir os olhos não dos que estão aqui, mas daqueles que ainda não
compreenderam o real significado da criação e da importância dessa Secretaria.
Então, contem comigo,
contem conosco, vamos em frente e vamos proteger aqueles animais que estão
indefesos e proporcionar saúde, qualidade de vida não apenas para os animais,
mas também para as pessoas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Peço ao Ver.
Toni Proença que assuma a presidência por alguns minutos.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra em Comunicações.
(O Ver. Toni Proença
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PEDRO RUAS: Ver. DJ Cassiá e Ver.
Toni Proença, que dividem a presidência agora; meu caro Prefeito José
Fortunati, é uma honra recebê-lo nesta Casa e uma alegria pessoal, como amigo,
reencontrá-lo sempre; da mesma maneira, à primeira-dama Regina Becker quero
dizer que é uma alegria muito grande revê-la; ela, que teve recentemente um
trabalho intenso no Legislativo, aqui, com grande grau de eficácia; sucesso
absoluto. Na verdade, parece-me que essa causa que mobilizou o Executivo,
Prefeito, desde o trabalho de V. Exª, do trabalho da primeira-dama e do
trabalho de Vereadoras e Vereadores desta Casa, até o trabalho de comunidades,
enfim, de ONGs, teve o seu ápice não no dia de hoje, mas, sim, no dia da
votação. Acho que a gestão de V. Exª, Prefeito Fortunati, que já é marcada por
outras realizações - e eu acho que o trabalho da Vila Dique é importante, assim
como tantos outros -, também fica marcada por esta que é uma reivindicação de
caráter muito mais amplo do que o municipal, mas que Porto Alegre realiza na
sua gestão e com o trabalho extraordinário da primeira-dama nesse sentido.
Aliás, sobre o
pronunciamento da primeira-dama, eu queria destacar, Verª Fernanda Melchionna,
minha companheira de Bancada, um dado da maior relevância que trouxe aqui a Srª
Regina Becker. Eu recebi denúncias, como advogado trabalhista, Regina, neste
sentido - permita-me chamá-la assim, pelos anos que nos conhecemos -, de que
essas empresas realmente priorizam a compra de cães em relação à oferta de
postos de emprego. Acho que nós temos que ter uma legislação que não seja
inconstitucional, mas que, mesmo municipal, possa ser complementar à CLT, que
obrigue, na linha do pronunciamento da primeira-dama - perfeito, por sinal, do
ponto de vista trabalhista -, que cada cão tenha que ter, pelo menos, um homem,
uma mulher, ou seja, um ser humano acompanhando, sendo responsável; portanto,
sem tirar o emprego do ser humano nessas condições.
Mas eu não posso
deixar de fazer um registro, meu caro Prefeito, reiterando novamente a honra de
tê-lo aqui, junto com a primeira-dama. Na semana passada, nós tivemos algumas
denúncias de que, em albergues públicos, sejam eles conveniados ou ligados à
Prefeitura diretamente, nós temos um problema de horário, o problema da saída.
A denúncia que nos chegou é que as pessoas tinham que sair entre 5h30 e 6h da
manhã. Aí veio a explicação do Diretor-Presidente da FASC, Kevin Krieger - quem
nos trouxe a explicação foi o Ver. João Dib -, de que não era isso, e sim que
tinham que sair às 7h e saíam com café tomado. Não resolve; não resolve,
porque, às 7h, continua muito frio. Nós tivemos agora, dois dias seguidos, acho
que foi segunda e terça-feira, ou terça e quarta, em que, às 7h da manhã, nós
tínhamos temperatura entre 3,6° e 4,8°C. Isso é desumano! Então, nós temos que
ter um regramento diferente, pelo menos, minha cara primeira-dama, para julho e
agosto, dentro dos albergues conveniados e dos albergues municipais, no sentido
de que as pessoas possam ter alternativa de ficar até as 8h 8h30min, mesmo
porque não têm para onde ir. Faço esse registro, porque estava acertada - e eu
não o faria - a vinda do Diretor-Presidente, Ver. Kevin Krieger, no dia de
hoje, a esta Casa, no início da tarde. E nos comunicou S. Exª, o Ver. João Dib,
que ele não virá em função de problema de horário, só na segunda-feira. Ora,
desde segunda-feira, ele fala que gostaria de vir na segunda seguinte, e nós
gostaríamos que viesse na própria segunda, na própria terça-feira. As pessoas
que sofrem com este frio intenso aqui do Sul e que não têm abrigos necessários
não podem aguardar tanto tempo. Por isso, fazemos este registro respeitoso,
sabendo dos compromissos sociais e da sensibilidade tanto do Prefeito quanto da
primeira-dama, exigindo desta Casa, através da Mesa Diretora, providências no
sentido de saber, exatamente, que situação foi essa, como ela foi criada e a
identificação dos responsáveis pela não vinda hoje, aqui, do Sr. Kevin Krieger.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Registro ao
Plenário e aos nossos visitantes de hoje que o Prefeito Municipal acaba de
confirmar a presença do Secretário Kevin Krieger, ainda hoje, nesta Câmara
Municipal.
A Verª Maria Celeste
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Sr. Prefeito Municipal, José Fortunati; Srª primeira-dama, defensora
de um projeto extremamente importante no Município de Porto Alegre, Drª Regina
Becker, é uma alegria a senhora estar aqui; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores. Prefeito, a minha fala, no dia da aprovação do Projeto, eu gostaria
de repetir neste momento: é a grande preocupação - e a Regina já ouviu,
falávamos disso há pouco - no que tange às Secretarias que são criadas no
Município de Porto Alegre. A nossa grande preocupação tem sido com os números
dos orçamentos apresentados e dos investimentos efetivamente cumpridos no
Município de Porto Alegre. Já falei sobre isso, trazendo inclusive dados sobre
a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social, que é uma Secretaria
que foi criada há pouco; sobre o Inovapoa, que também foi criado recentemente no
Governo Fogaça. Efetivamente, o que percebemos, quando analisamos os documentos
da Prefeitura, os dados atualizados, é que a execução orçamentária das
Secretarias não tem se constituído. Isso nos preocupa muito, porque, só em
2010, a Lei Orçamentária autorizou um investimento no valor de R$ 547 milhões,
e foi efetivamente aplicado apenas 45% do total. Isso tem a ver com todos os
projetos das Secretarias, da Prefeitura em si.
Mais especificamente
- e aqui eu quero também registrar que nós conversamos com o Prefeito antes da
nossa intervenção -, achávamos muito estranho que o Secretário da Fundação de
Assistência Social não pudesse comparecer hoje. Nós estamos preocupados com a
situação dos animais na cidade de Porto Alegre, mas também com a situação das pessoas,
especialmente dos moradores de rua da nossa Cidade. Esta semana,
lamentavelmente, nós tivemos a morte de um morador de rua na cidade de Porto
Alegre em decorrência do frio, das intempéries, mas, sobretudo, de uma política
municipal adotada de uma forma que nos parece equivocada, Prefeito.
Eu quero agradecer,
porque o senhor se colocou à disposição para que possamos nos reunir com V. Exª
e discutir, efetivamente, a política municipal da assistência social no
Município de Porto Alegre. É uma grande preocupação nossa, especialmente agora,
neste inverno, porque, se pegarmos o orçamento da FASC, por exemplo, estava
orçado um milhão de reais para este ano, e o investimento, até agora, foi
pífio, foi de R$ 24 mil. Não é possível esse dado - e ele está atualizado até o
dia 30/06 - da execução orçamentária da Cidade. Trago esse exemplo, porque a
Prefeitura tem um orçamento aprovado, ajustado, com condições de
aplicabilidade, mas, quando se percebe, na prática, isso não está acontecendo.
Agora, nós criamos,
com muita alegria, a Secretaria Especial dos Direitos Animais, mas, se não
houver um cuidado sobre o orçamento e sobre o investimento, lamentavelmente,
Regina, os projetos já em andamento, através de uma iniciativa junto ao
Gabinete do Prefeito, que a senhora tão bem relatou, não serão realizados.
Então, nós estamos preocupados, estaremos fiscalizando, estaremos pari passu cobrando não apenas a
execução orçamentária, os investimentos dessa nova Secretaria, mas, sobretudo,
da Fundação de Assistência Social do Município, porque o inverno está aí e,
lamentavelmente, já tivemos a morte de um morador de rua na nossa Cidade. Muito
obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente; eu queria cumprimentar o Sr. Prefeito Municipal, Sr. José
Fortunati; a primeira-dama, Regina Becker, a quem eu tomo a liberdade de chamar
de Regina, pela sua jovialidade, como fizemos longamente no debate de segunda-feira;
colegas Vereadores e Vereadoras, eu queria falar sobre dois temas que me
parecem fundamentais neste debate. Primeiro, o mérito do Projeto, Regina. Eu
acho que é um projeto inovador não só para o Município de Porto Alegre, mas que
pode inspirar outros Municípios. Nós estamos assistindo à questão dos animais
abandonados - estima-se que sejam 15 mil, entre cães e gatos, na cidade de
Porto Alegre -, ao problema dos maus-tratos, à necessidade de políticas de
adoção responsável, à questão da esterilização dos animais das famílias de
baixa renda, porque nós sabemos que é um problema concreto para aqueles que
gostariam de cuidar melhor dos seus animais domésticos e que não têm orçamento
doméstico para isso. Nesse sentido, nós votamos favoravelmente ao Projeto na
perspectiva de desenvolver as ações em defesa dos direitos dos animais, pois
aqueles que não têm voz para defender os seus direitos têm que encontrar, na
tutela do Poder Público, ações e políticas que possam, de fato, fazer essa
defesa dos direitos dos animais.
Lamentavelmente, foi
rejeitada a nossa Emenda, e eu gostaria de fazer este registro, porque esta tem
sido, Ver. Pedro Ruas, uma das nossas lutas históricas aqui na Câmara
Municipal, a luta pela valorização do serviço público e pela economia dos
recursos.
Nós apresentamos uma
Emenda para reduzir o número de Cargos em Comissão, para que, de fato, nós
pudéssemos aproveitar - e o Projeto trata disso - e chamar 14 funcionários
públicos de carreira. A nossa ideia é que a gente valorize cada vez mais o
funcionalismo, que constrói a sua vida na carreira do serviço público, e que
abra concurso para veterinários, para biólogos, para aqueles que podem, a vida
inteira, permanecer no serviço público de qualidade da nossa Cidade, assim como
economizar recursos, porque, a cada estrutura que gera gastos a partir dos
salários com aqueles que não estão lotados no Quadro ou são chamados a partir
do concurso público, são menos recursos investidos na própria política da
Secretaria.
Nós fizemos uma
comparação, e, para 2011, estão orçados R$ 378 mil em investimentos nessa
Secretaria nova, que tem importantes políticas a serem executadas. Nós sabemos
que cada recurso que poderia ser economizado, cortando dos CCs, cortando de
outros gastos desnecessários, poderia ser implementado nessas políticas e em
outras, também da nossa Cidade.
Eu gostaria de deixar
este registro; foi uma Emenda que eu e o Ver. Pedro Ruas apresentamos, mas que,
lamentavelmente, não obtivemos êxito, sem tirar o mérito do Projeto, ao qual
votamos favoravelmente por entender que Porto Alegre poderia ser linha de ponta
nessa situação.
Evidentemente,
aproveito para tratar de dois temas que nos chamam atenção. O primeiro tema foi
muito bem levantado pelo Ver. Pedro Ruas e pela Verª Maria Celeste, referente à
preocupação com os moradores de rua neste inverno que estamos passando, com
baixíssimas temperaturas, ao mesmo tempo em que os albergues estão tendo o
horário reduzido, em que as pessoas voltam para as ruas às 7h da manhã.
Cumprimento o
Presidente da FASC, Kevin Krieger, que já está aqui, e nós podemos,
imediatamente, começar a tratar do tema dos albergues, assim como da questão
dos investimentos executados pela FASC durante 2011.
O segundo tema é
referente à Vila Dique, que foi citada quanto à questão da esterilização dos
animais, a qual eu saúdo, pois é fundamental nessas políticas de transferência,
mas, depois da transferência de uma parte dos moradores, eles seguem sem os
direitos fundamentais, porque os moradores da Vila Dique, que já estão no Porto
Seco, ainda não têm o seu equipamento de saúde garantido, têm que acordar às 4h
da manhã para serem atendidos no Posto da Santa Rosa, seguem sem a escola, que
está prevista para 2012; estão enfrentando uma série de dificuldades de
deslocamento para o acesso à educação, e justamente isso entra no rol do debate
dos direitos humanos, das prioridades, dos investimentos e na busca de uma
Porto Alegre mais justa socialmente para todos.
Então, eu quero
saudar os méritos do Projeto, agradecer a presença e desejar que possamos,
imediatamente, depois do belo debate que será feito, debater a questão dos
moradores de rua da cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero comunicar que a nossa primeira-dama tem um compromisso de agenda.
Agradeço sua presença. O nosso Prefeito continuará conosco.
Quero fazer um pedido
às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores: por gentileza, foquem-se
exclusivamente ao que determina o Regimento da Casa, sobre o tema das
Comunicações temático. Peço a gentileza, a colaboração das Sras
Vereadoras e dos Srs. Vereadores que estão inscritos em Comunicações, para que
debatam exatamente o tema de Comunicações de hoje. Quando há pedido de
Liderança de cada Partido, respeita-se o assunto que for abordado; porém, em
Comunicações, peço a gentileza de se aterem ao tema. Obrigado.
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; Sr. Prefeito, eu concordo plenamente com o Ver.
DJ Cassiá, que pede que se fique no tema proposto, mas também eu não poderia
deixar de constatar a pressa da Verª Maria Celeste. Ela tem uma pressa danada!
Ela estava criticando que o Ver. Kevin Krieger não estava vindo aqui - para
fazer justiça, não foi só ela; o nobre Ver. Pedro Ruas também reclamou. Quero
dizer que nós temos que ter um pouquinho mais de paciência, um pouquinho menos
de ansiedade. A Verª Maria Celeste já estava criticando uma coisa que não foi
criada ainda; ela já viu problema no orçamento de uma Secretaria que ainda não
está criada; ela já reclamou... Ela já fez uma reclamação enorme!
Eu entendo que isso,
da Verª Maria Celeste, foi para aproveitar as presenças do Prefeito e da
primeira-dama, que estão aqui, mas eu quero dizer a V. Exª que o Prefeito está
sempre bem informado das coisas que acontecem aqui. A senhora pode falar
sempre, que eles ficam sabendo, não tem problema nenhum; são bem informados,
bem assessorados, atualizados e preocupados com todas essas questões que a
senhora apresentou aqui hoje. Estão preocupados há muito tempo. Por exemplo, a
Secretaria de Acessibilidade: em todos os anos em que V. Exª esteve no Governo,
nunca se preocupou com isso; foi preciso o Prefeito Fogaça assumir para criar
essa Secretaria; e o Prefeito Fortunati continuou.
Quero ainda dizer que
há certas Secretarias que não são para fazer obras; obras, a nossa Secretaria
de Obras está fazendo. A Secretaria de Acessibilidade deu muitas orientações,
muitas obras foram feitas, muitas soluções estão sendo dadas graças a se ter
criado a Secretaria. Na lógica da Verª Maria Celeste, que reclama de tudo antes
até de as coisas serem projetadas, não teria acontecido a Secretaria. E a
Secretaria fez tudo sem ter orçamento, como V. Exª disse. Basta ter vontade!
Governo que não cria Secretaria não resolve problema; pelo jeito como a senhora
pensa é assim: não resolve e não cria.
Então, vamos fazer
uma coisa bem feitinha, deixar as coisas acontecerem. Reivindicar é um direito
de todo o mundo, principalmente dos Vereadores, que foram eleitos. Todo o mundo
tem direito, mas nós temos que ter um pouquinho menos de ansiedade. A ansiedade
prejudica muito, porque faz um Vereador pedir Tempo de Liderança só para
lembrar um pouquinho, para “refrescar a memória”; aí vem o direito de resposta
da outra Liderança. Nós poderíamos estar aproveitando esta tarde para fazer
alguma coisa mais importante no sentido de proposição do que só reclamação,
aquela ladainha de sempre, a reclamação de sempre, a reclamação ideológica. Por
exemplo, hoje eu não vou reclamar nada do Governo do Estado nem do Governo
Federal, e, se houvesse alguma coisa a reclamar do Prefeito, eu reclamaria.
Lá fora, a gente
dizia ”mordeu a língua”. A senhora “mordeu a língua”, Verª Maria Celeste,
quando disse que o Ver. Kevin Krieger não iria aparecer. O Ver. Pedro Ruas não
“mordeu”, porque ele é muito cuidadoso. Não deu certo essa reclamação, o Kevin
estava no corredor naquele momento, não deu para fazer um sinal a V. Exª, Ver.
Pedro Ruas: “está lá, está lá”.
Uma saudação ao
Secretário Kevin, que está aqui, e certamente ele tem muitos relatos a fazer de
coisas boas que aconteceram neste inverno. Aconteceu um óbito? Que pena, nós
lamentamos todos os óbitos e por todas as pessoas que sofrem com o frio, que
sofrem por falta de alimentação, por falta de uma comida melhor; nós
lamentamos, sim, mas aconteceram muitas coisas interessantes na FASC e na
Prefeitura, neste inverno, e, certamente, o Secretário Kevin Krieger vai poder
expor essas coisas. Eu acho que nós vamos ter que nos deter mais nisso e nas
sugestões. A maioria de quem reclamou - volto a afirmar: o Ver. Pedro Ruas, a
Maria Celeste querem o bem dessas pessoas também, disso ninguém tira o mérito,
mas que bom que se apressaram em reclamar e que a solução já estava aqui.
Então, eu prefiro pensar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Registro a
presença do nosso Secretário, nosso colega Ver. Kevin Krieger. Seja bem-vindo a
esta Casa.
Quero propor às Sras
Vereadoras e aos Srs. Vereadores o seguinte: nós temos um tema específico,
hoje, em Comunicações. Eu quero fazer um apelo. Como se inscreveu e falou um
Vereador da situação em Tempo de Liderança, é justo que um Vereador da oposição
se inscreva também. Eu quero propor e pedir a colaboração das senhoras e dos
senhores no sentido de que, após a inscrição da Verª Maria Celeste, a gente
mantenha as manifestações dentro do período de Comunicações temático, abordando
o tema. Vamos aproveitar que o Prefeito está aqui; o Prefeito tem tempo, mas
ele tem agendas ainda a cumprir. Em seguida, ele vai ter que receber o
Comandante do 3º Exército, e, se continuarem as inscrições em Liderança,
infelizmente o Prefeito vai ter que se retirar. Então, eu peço a colaboração de
cada uma das senhoras e dos senhores.
Verª Maria Celeste,
por gentileza, a senhora já havia feito o pedido para usar o Tempo de
Liderança; é justo, porque a situação havia usado.
A Verª Maria Celeste
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.
Prefeito, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não iria usar o
espaço de Liderança neste momento, Ver. DJ Cassiá, mas, depois da fala do Ver.
Cecchim, lamento profundamente ter que vir aqui e retomar um discurso que, de
minha parte e da parte da oposição, sempre foi muito respeitoso nesta Casa.
Nós fomos
comunicados, Ver. Cecchim - talvez o senhor não estivesse aqui no plenário, no
início da Sessão -, pelo Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, que, por um
problema de agenda - não sei se da Câmara ou da Prefeitura -, o Secretário
Kevin Krieger não compareceria hoje ao plenário. Nós falamos com o Prefeito,
imediatamente antes de usar a tribuna, para dizer-lhe que iríamos usar o tempo
para saudar a iniciativa da criação da Secretaria, mas que também iríamos fazer
um registro. Então, quem aqui quer mostrar serviço para o Prefeito não é a
oposição, Ver. Cecchim! Se o senhor vem aqui desqualificar o debate,
desqualificar esta Vereadora, não é dessa forma que isso tem que ser feito; não
sou eu que quero mostrar serviço para o Prefeito. A situação é grave no
Município de Porto Alegre, houve a morte de um morador de rua. Fizemos o debate
necessário, apontamos o que achamos necessário, aqui nesta tribuna, e eu não
aceito esse discurso desqualificado, até porque, Ver. Cecchim, ontem, esta
Vereadora de oposição salvou o Projeto do Executivo com a mudança do voto; não
foi a base do Governo, nenhum Vereador da base do Governo mudou o seu voto; foi
esta Vereadora de oposição, Sr. Prefeito, que mudou o voto para que o Projeto
pudesse tramitar, ser votado na segunda-feira e cumprir os prazos.
Então, não sou eu que
quero mostrar serviço para o Prefeito; eu estou aqui a trabalho e a serviço da
população de Porto Alegre e não aceito um discurso desqualificado e rebaixado
em relação àquilo que nós aqui cobramos. Este é o nosso trabalho aqui.
E é claro,
aproveitamos a presença do Prefeito, a quem, inclusive, solicitei uns dez
minutinhos após o período de Comunicações, para tratarmos, exclusivamente, da
pauta da Assistência Social. Foi disso que se tratou. Agora, eu lamento
profundamente a forma como o senhor vem, reiteradas vezes, nesta tribuna,
tentar desqualificar a oposição, especialmente esta Vereadora que muito contribui
com a cidade de Porto Alegre. Eu lamento, Prefeito, V. Exª estar assistindo a
este debate. Eu compreendo o apelo dos meus colegas Vereadores, mas eu não
poderia deixar passar o debate que se iniciou de uma forma tão contundente,
tentando desqualificar uma Vereadora que sempre contribuiu com a cidade de
Porto Alegre, e uma Bancada que tem agido da mesma forma. A Bancada de oposição
desta Casa, Sr. Prefeito, muitas vezes mantém quórum; muitas vezes vota
favoravelmente aos projetos do Executivo não porque estamos aqui para servir ao
Prefeito. Não. Estamos aqui para servir a cidade de Porto Alegre. Muito
obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Minha saudação ao
Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; ao caríssimo Prefeito José Fortunati. Espero
ter a atenção das minhas colegas, dos meus colegas e de quem está no Plenário e
nos ouve, pois creio que a desqualificação do debate político não ajuda a
democracia e não faz Porto Alegre, Prefeito, evoluir no caminho certo. O que
precisamos é buscar, na diferença, no contraditório, no bom debate e na
discussão profunda de teses, um caminho: o caminho da melhoria das condições de
vida da nossa população, ou, como discutimos nesta semana aqui, apesar das
controvérsias, uma nova Secretaria, que esperamos, com o nosso voto, com o
nosso apoio, a nossa militância e a nossa dedicação. Talvez eu tenha sido um
dos primeiros Vereadores, em uma grande rede de televisão, quando mal havia
sido colocado o debate aqui, a dizer que aprovaríamos, como aprovamos. Nós,
evidentemente, como qualquer Vereador, temos como missão fiscalizar, cobrar e
fazer as coisas andarem na Administração. Achamos que, agora que temos uma
Secretaria específica, vamos resolver o dramático problema, que é a busca
permanente do fim gradativo das carroças em Porto Alegre. Eu já falei ao
Secretário Valter, vou falar ao Secretário Kevin - meu amigo e parceiro, aqui
presente - que precisamos ter uma meta, um foco para qualificar o carroceiro, o
carrinheiro; caso contrário, não cumpriremos os oito anos. Vamos ter sempre a
pessoa dependendo desse trabalho medieval da carroça, com crianças em cima da
carroça nesse trânsito selvagem como o que temos em Porto Alegre, que
precisamos avançar e melhorar também. Inclusive, sobre os que cobravam: vota o
Projeto para criação da Secretaria dos animais, isso é de menor importância!
Olha os moradores de rua! Olha a situação do frio! Sim, meu caro Kevin, em
seguida trataremos também desse tema com V. Exª, ou seja, eu, que sou Vereador
do PT, Presidente do Partido, oposição nesta Casa, Waldir Canal, penso que só é
possível a evolução no Parlamento brasileiro, especialmente em Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul, quando nós superarmos esta velha e triste dicotomia entre o
bem e o mal, entre gremistas e colorados, entre A e B, como se aqui tudo se
dividisse pelo meio. Essa é uma posição, talvez não politicamente correta, mas
- não posso deixar de dizer - esquizofrênica! Ela não consegue ter foco, não
consegue superar os problemas e dilemas que nós temos.
Nós, sim, queremos
uma política, Prefeito, ousada, de castração de animais. A população de bichos
nas ruas de Porto Alegre é algo impressionante, e nós temos que superar essa
questão. Nós precisamos, sim, Prefeito, ter campanhas educativas, cerrar
fileiras com as protetoras e os protetores, com as ONGs sérias que existem;
muitas delas fazem muita coisa, inclusive com sacrifício pessoal. Cada um terá
que fazer a sua parte. E acho, também, mais: é o grande momento de chamarmos a
Secretaria Municipal de Educação para esse processo, como V. Exª inclusive fez
quando Secretário de Educação do Estado, colocando um programa específico nas
escolas.
Hoje, eu estive numa
escola do Estado e lá havia um cachorro que, sem dúvida nenhuma, é o bicho de
estimação daquela gurizada, daquela escola, ou seja, uma criança é ensinada a
cuidar bem de um animal, a ter uma relação com o diferente, porque o animal é
diferente da gente, assim como a relação diferenciada com a planta, com a flor.
Nós deveríamos ter, sim, o cuidado da escola com todo o ambiente, com a
sustentabilidade na sua globalidade. E, nesse sentido, com novas mentes, com
muita ousadia, com muita determinação e sem os passionalismos que, às vezes, eu
vejo aqui nesta Casa, não que o debate não deva ser duro e contundente em todos
os momentos, mas tem que ter um foco...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero
comunicar aos Srs. Vereadores, conforme já tínhamos anunciado anteriormente,
que o Sr. Prefeito, às 15 horas, receberá o General Roberto, Comandante do 3º
Exército, motivo pelo qual terá de se retirar.
Então, Prefeito, mais
uma vez, queremos agradecer a sua presença nesta Casa. Com certeza, este tema é
importantíssimo. Quem sabe mais adiante nós poderemos continuar e fazer um
debate bem maior.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Eu solicito ao
nobre Prefeito que, assim que for empossado o novo Secretário, que venha a esta
Casa, com a presença de algumas entidades, para esclarecer algumas questões
sobre o assunto. Tenho certeza de que os seminários que V. Exª promoverá
ajudarão a construir essa relação com as entidades e, enfim, proteger os
animais. Acho importante a Casa estar em sintonia com o Secretário. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o
registro. O Prefeito já me comunica, Ver. Oliboni, que o compromisso está
assumido. Prefeito, muito obrigado por sua presença.
(O Sr. Prefeito
retira-se do Plenário.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste, evidentemente que, pegando um gancho com a última frase do Ver. Adeli
Sell, nós temos que ter hora para tudo. É verdade! O que muitas vezes
diferencia cada um de nós como seres animais racionais é termos um pouco de
inteligência, um pouco de compreensão e procurarmos, inclusive, entender o
nosso Regimento. Secretário Kevin Krieger, eu não sei se V. Exª terá tempo ou
condição de falar nesta Casa, hoje, mas eu já pesquisei - e V. Exª me confirmou
-, e não houve alteração, em absoluto, nos horários dos albergues. As Bancadas
do PT e do PSOL estão ouvindo? Não houve alteração nenhuma nos horários
praticados nos albergues! É o mesmo horário de sempre! Então, evidentemente, os
senhores podem sugerir, podem fazer críticas, mas tenho que fazer esse
registro, porque dá a impressão de que o Governo mudou o horário com o objetivo
de sacrificar as pessoas. Então, vale a sugestão, vale a crítica, mas tem que
ser feita com jeito; nós não podemos deixar sair uma informação de forma a
levar a um equívoco. Acho que cabe, sim, crítica, quando forem merecidas, mas
tem que ser com responsabilidade. Não posso dizer de outra forma, desculpem.
Ver. DJ e senhoras e
senhores Vereadores, eu trabalho há 30 anos com administração de condomínios;
logo, há 30 anos, eu elaboro convenções de condomínios. Até há uns 10, 15 anos,
se mantinha praticamente uma cláusula como se fosse pétrea nas convenções:
proibido manter animais nos condomínios. Depois, mudou um pouquinho: proibido
manter animais que possam oferecer perigo ou desconforto aos moradores -
animais de grande porte; animais perigosos; enfim, vem mudando. Hoje,
evidentemente, não será permitido um animal que possa oferecer perigo aos
condôminos, independentemente do seu tamanho, claro! Mas hoje nós avançamos,
Ver. Dib, a ponto de, na maioria das vezes, as convenções nem serem levadas em
consideração nas decisões judiciais daqueles que pleiteiam proibir seu vizinho
de manter um animal de estimação no condomínio. As coisas mudaram, evoluíram.
Outro dia, o Ver.
Adeli fez um registro, quando me visitou e constatou que temos cinco cães lá em
casa. É verdade. Três são de rua; três não têm raça definida, mas eu não faço
isso como alguém que mereça destaque ou privilégio. Isso é de cada um, e, por
ser de cada um, tem que ser respeitado! Evidentemente, a criação de uma
Secretaria e a aprovação de um Projeto de minha autoria e do Ver. Dr. Thiago
Duarte, sancionado pelo Sr. Prefeito, que cria a Semana de Combate à Verminose
e à Protozoose, Projeto sugerido por um amigo particular, médico, Eli Magrisso, vão, sim, fazer com que, cada vez
mais, nós nos conscientizemos da necessidade de se manterem os animais com
saúde e, por conseguinte, os seus donos e familiares.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só me permite um segundo. Eu me
esqueci de falar sobre uma questão dos animais de grande porte na Zona Sul: o
Sindicato, acho que em boa hora, numa relação com a Secretaria de Estado, com a
Emater e com esses órgãos, tem feito um trabalho específico na questão da
leishmaniose, da brucelose, também da raiva. Então, acho que este é o caminho,
unir essas forças todas.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Só para finalizar, Vereador, nós acabamos, juntamente com a EPTC e com o
Instituto Cavaleiros Farroupilha, facilitando a adoção de cavalos pelos índios
charruas. É outra ação que gostaríamos de registrar com muita satisfação, em
razão até de que os índios vêm cuidando, mantendo aqueles animais com muita
responsabilidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero saudar
e dar as boas-vindas aos alunos da Escola Aramy Silva. Sejam bem-vindos à nossa
Casa. A Casa é de vocês. Esta atividade faz parte do Projeto de Educação
Política que a Seção de Memorial desenvolve com as escolas de Porto Alegre. São
alunos de 9 a 11 anos, estudantes do primeiro ano do segundo ciclo,
acompanhados pela Professora Ana Carolina Christofari. Obrigado pela visita.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; minhas senhoras e meus
senhores, hoje se encerra o primeiro semestre deste ano, e falta apenas um ano
e meio para que eu deixe esta Casa, mas, se eu tinha alguma dúvida, hoje eu
perdi, vou tranquilo, porque o que vi aqui não está dentro dos meus padrões.
Foi estabelecido, no espelho, que, em primeiro lugar, teríamos a Tribuna
Popular; depois a presença do Secretário Kevin Krieger; depois a presença do
Prefeito e da primeira-dama. Alguns, que exigiram que o Prefeito viesse em
primeiro lugar, não estão mais no plenário. Eu fico até as 18h, mas o outro vai
embora. Eu não posso admitir esse tipo de coisa! E na presença do Prefeito e da
primeira-dama, eu acho que nós deveríamos nos portar de forma diferente.
Agora, eu não tive
culpa nenhuma. Eu havia solicitado que o Ver. Kevin Krieger comparecesse aqui,
hoje, na primeira hora, e ele concordou. Pela manhã, me foi pedido que mudasse
o horário. Eu conversei, e não era possível. Dados os acontecimentos, o próprio
Prefeito solicitou que ele aqui estivesse, porque não fica bem as coisas
acontecerem da forma como estão acontecendo.
Eu quero dizer que
tenho profunda tristeza ao ver o que está acontecendo aqui hoje, e quem exigiu
que as coisas fossem assim não está no plenário - não está no plenário, o que é
comum, o que é comum! Eu sou um dos primeiros Vereadores a chegar aqui e um dos
últimos a sair. Agora, eu não vou mais admitir esse tipo de coisa! Fico eu aqui
como um joguete: “O Líder do Governo disse ou deixou de dizer.” Não, não é nada
assim! Eu tenho responsabilidade e cumpro! Eu tenho seriedade no meu mandato e
eu represento a população todo o tempo! Eu não posso ver as coisas acontecerem
desta maneira: a Tribuna Popular esperando para ser atendida, e nós aqui,
debatendo o sexo dos anjos! Registrada a minha tristeza, por outro lado isso me
dá certa tranquilidade para deixar esta Casa daqui a um ano e meio. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, eu
ouvi atentamente a manifestação do Líder do Governo. Vou respeitá-lo pela sua
idade, respeitá-lo pela sua história nesta Casa, mas este Vereador é Vereador
como os 35 Vereadores desta Casa. Nós não somos Vereadores só dentro do
plenário. Eu não exigi, eu apenas solicitei que fosse cumprido o acordado nesta
Casa. E o Vereador que me antecedeu, da mesma maneira impediu, criando uma
outra situação, em outro momento, para que esse debate acontecesse antes.
Então, em respeito, eu não quero rebatê-lo, mas apenas quero dizer que exijo
respeito com a minha pessoa, com o meu nome e com a minha história.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o
registro.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente, como o
Ver. Waldir Canal falou em um tempo que não sei qual é e como ele falou no nome
do Ver. João Dib, que é Líder da situação, eu quero dizer que S. Exª, o Ver.
João Dib, colocou exatamente um sentimento que é o de muitos outros Vereadores,
de que hoje tínhamos uma pauta seriíssima em relação à FASC, e, com este tema
que o Ver. Waldir Canal colocou - e, segundo consta, com a autorização dele -,
seria adiado o depoimento do Vereador e Presidente da FASC, segundo consta. Se
isso não é verdade, V. Exª esclareça. Agora, eu não vou aceitar que se diga,
nesta Casa, que se tem respeito ao Ver. João Dib pela idade. Não! Não!
Respeita-se pelo que ele é como Vereador, pelo conteúdo dele; pela idade, não!
Ninguém tem respeito pela idade aqui.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, eu proponho que a gente paralise um minuto para acordar a Pauta.
Sabemos que são mais de dez pessoas inscritas. Se continuar, o período de
Comunicações vai se alongar, porque temos duas instituições para falar, o
Tribunal de Contas e a FASC. Em nome do PT, eu proponho um minuto para nós
resolvermos o problema da Pauta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Eu peço aos
Líderes a gentileza de virem até a mesa dos trabalhos. (Pausa.)
O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Presidente, para colaborar com a Casa, em nome do Ver. Beto Moesch e em
meu nome, como estamos inscritos em Grande Expediente, solicitamos que essas
inscrições sejam transferidas para segunda-feira.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, ficou acordado pelas Lideranças que os trabalhos
ficam da seguinte forma: o Ver. Nelcir Tessaro falará agora em Comunicações;
após, a Tribuna Popular; logo, na sequência, teremos o Secretário Kevin; e,
após, retornaremos para retomar o restante dos inscritos em Comunicações. Esse
foi o acordo das Lideranças.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra em Comunicações.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, insisti em falar em Comunicações, e
peço desculpas ao Secretário Kevin Krieger e também à Srª Lígia Zamin, da
Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul
- ASTC/RS -, bem como aos demais técnicos aqui presentes, mas eu acho que o
Prefeito Fortunati estava designado para falar às 14 h, como foi dito pela Srª
Presidente na semana passada. Nós temos que marcar um tema para cada
quinta-feira, para que não mais ocorra o que aconteceu hoje; sempre foi um tema
a cada quinta-feira, e estamos vendo que hoje temos três assuntos. Se nós não
sabemos quanto tempo dura o primeiro tema, não podemos convocar o segundo
convidado sem saber a que horas vai falar.
Eu quero falar aqui,
como não falei na semana passada, sobre a Secretaria Especial dos Direitos
Animais - SEDA. Ouvi atentamente a explanação do Sr. Prefeito Municipal e da
Srª Regina Becker e vi a amplitude que essa Secretaria pretende dar ao trabalho
em defesa dos animais em Porto Alegre. Ouvi atentamente também pessoas, colegas
dizendo que o orçamento de R$ 370 mil é pouco para isso e que são muitos CCs
para o funcionamento dessa Secretaria. Eu acho que, se são poucas pessoas que
estão trabalhando, e o orçamento é pequeno, nós vamos buscar, sim, mais
funcionários do Quadro das Zoonoses e mais pessoas do Quadro da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, do Quadro do Executivo, porque eu tenho certeza de
que o trabalho que essa Secretaria irá fazer é muito importante para Porto
Alegre. Quem dos senhores já não presenciou cavalos transitando na ponte do
Guaíba, ou cavalos caídos, ou forçados a trabalhar, ou embaixo de chuva,
animais sofridos? E quantos e quantos já não viram os próprios cavalos que
foram recolhidos pela EPTC, depois de sadios, serem devolvidos para este mesmo
mercado? Quantos e quantos animais retornaram para o trabalho forçado? Então,
essa Secretaria vai ter o poder de fazer o controle, verificar quais animais
foram recolhidos, qual o seu destino e que atenção lhes será dada. Eu acho que
isso é muito importante para a cidade de Porto Alegre.
O trabalho que nós
iniciamos em 2007, na Vila dos Papeleiros, através de parcerias com ONGs que
ali recolhiam os animais, cães abandonados, hoje a nossa Secretaria vai poder
fazer, com toda a certeza. Ela vai fazer um planejamento em cada reassentamento
de Porto Alegre, a Secretaria vai estar lá presente para atender aos animais
que serão transferidos, para fazer sua esterilização, que é muito importante.
Não existe suficiência nas ONGs que estão fazendo esse trabalho hoje em Porto
Alegre, mas tenho certeza de que, com a criação da Secretaria, haverá as
parcerias. Eu nunca recebi tantos e-mails
pedindo a aprovação deste Projeto. Eu nunca vi Projeto nenhum causar um impacto
desse tipo. E todos os Vereadores
receberam e-mails e fotos mostrando
como são maltratados os animais em Porto Alegre e a falta de atenção que está
sendo dada ao problema.
Os moradores da Vila
Chocolatão, nossa vizinha, foram para a Vila Nova Chocolatão, e até hoje nós
ainda temos animais abandonados. Nós estivemos, eu estive pessoalmente na Vila
Nova Chocolatão e conversamos com as pessoas, que nos disseram que, como lá não
tinham espaço para colocar dentro de casa os animais, os deixaram para que
alguém os acolhesse. Também vimos outras pessoas que construíram casinhas para
os cães dentro de suas casas, dividindo o espaço. Então, a gente sabe como o
ser humano “funciona” se não tem um espaço. Aqui, eles poderiam ter os animais
fora da casa, e os animais percorriam os arredores da Câmara porque ganhavam
alimentação. Lá não; no novo condomínio, se levarem os animais, as pessoas vão
ter que desembolsar valores para lhes dar sustento.
Então, eu quero
parabenizar o Prefeito José Fortunati, a Regina Becker, que levou adiante essa
ideia que hoje é realidade em Porto Alegre pela criação da SEDA, que será muito
importante para o futuro de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Toni
Proença, por gentileza, solicito que V. Exª reassuma a presidência dos
trabalhos.
(O Ver. Toni Proença
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Conforme
acordado com as Lideranças, passamos à
A Srª Lígia Zamin, representando a Associação dos
Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo
ao provimento das vagas de Conselheiro
do Tribunal de Contas.
A SRA. LÍGIA ZAMIN: Sr. Toni Proença,
Presidente dos trabalhos, receba a saudação dos servidores do Tribunal de Contas.
Queremos registrar nosso agradecimento por nos recepcionar neste espaço da
cidadania para tratar do tema da escolha de Conselheiros, de relevante
interesse público, uma vez que os Tribunais de Contas são órgãos essenciais ao
aperfeiçoamento da democracia e da república brasileira.
Quero fazer aqui um
destaque, uma referência e uma saudação especial ao Ver. Pedro Ruas, em razão
do diálogo que iniciamos sobre o tema da escolha de Conselheiros na época da
campanha eleitoral, em evento promovido pelas entidades, no TCE, com os
candidatos ao Governo do Estado.
Além de saudá-lo,
Vereador, saudamos também a Verª Fernanda Melchionna, e agradecemos a atenção e
a diligente forma com que encaminharam o nosso tema nesta Casa, o que nos
possibilitou ocupar este espaço.
Quero também saudar
todos os Vereadores, em especial o Ver. Tessaro, o Ver. Adeli, a Verª Maria
Celeste, o Ver. Sebastião Melo, o Ver. João Dib, o Ver. Cecchim. Quero fazer,
por fim, uma referência especial e carinhosa ao Ver. Todeschini, porque temos
uma ligação de origem, nascemos na mesma terra, a querida Nova Prata.
Senhoras e senhores,
comparecem a esta tribuna a ASTC e o CATC, que são as entidades que representam
os servidores do Tribunal de Contas, para dizer que o tema da transparência da gestão
pública está no centro das discussões da sociedade gaúcha e brasileira. A
informação completa sobre arrecadação e a boa aplicação do dinheiro público é
uma exigência cada vez maior da sociedade. Nossa categoria, com 505 auditores,
trabalha para construir um Tribunal de Contas que seja um instrumento de apoio
do controle social, das Receitas e Despesas do Estado e dos Municípios.
Queremos e lutamos para que o nosso trabalho produza resultados eficazes que
possam, de fato, influenciar nas políticas públicas que não atendam às
necessidades dos cidadãos.
O Tribunal de Contas
do Estado do Rio Grande do Sul vem, cada vez mais, sendo demandado a incidir,
com as suas competências, sobre temas relevantes, e a isso os profissionais da
Auditoria estão respondendo de maneira cada vez mais firme e segura. Referimos,
desde já, alguns temas de interesse público relevante, sobre os quais estamos
atuando: a auditoria denominada de pente-fino, de que todos vocês devem ter
ouvido falar, sobre as folhas de pagamento dos Poderes do Estado; a concessão
dos serviços de saneamento básico, que prenuncia a privatização da distribuição
de água e do esgotamento sanitário; as concessões das estradas pedagiadas; as
obras da Copa, entre tantas outras.
Nesse cenário e no
salutar processo de exigência cidadã sobre a ação dos agentes públicos,
crescemos todos nós e nos tornamos cada vez mais responsáveis, compromissados e
envolvidos com as questões da sociedade. Afinal, é para isso que a nossa
instituição, o Tribunal de Contas, e nós, servidores dessa Casa, existimos.
Estamos vivendo um período de afirmação do corpo técnico e temos total
consciência do nosso papel e de que nosso trabalho deve servir à sociedade.
Reformar os Tribunais de Contas é tarefa urgente, e é para buscar apoio a essa
luta que estamos aqui.
Os servidores dos
Tribunais de Contas de todo o Brasil assistem, estupefatos e indignados, à onda
de escândalos noticiada pelos meios de comunicação de todo o País, sobre o
envolvimento de conselheiros em investigações por atos tipificados como crimes
contra a Administração Pública no exercício do cargo. Um em cada cinco
conselheiros apresenta problemas e está sob investigação. Dos 34 Tribunais de
Contas existentes na Nação - Tribunal de Contas da União, Tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios -, 17 possuem membros que estão
sob investigação. A conclusão não poderia ser outra: algo vai mal e está errado
nos Tribunais de Contas.
Infelizmente, o
Estado do Rio Grande do Sul não está fora desse cenário. Em 2009, o então
Presidente da corte gaúcha foi envolvido na Operação Rodin, da Polícia Federal.
Atualmente encontra-se indiciado em processo na Vara Federal de Santa Maria. O
episódio foi muito ruim para o TCE-RS. Não é admissível para a sociedade gaúcha
que aqueles que têm o dever constitucional de zelar pela aplicação dos recursos
públicos tenham seus dirigentes máximos envolvidos em escândalos de tal
magnitude.
As entidades de
representação dos servidores do TCE-RS, a ASTC e o CATC, atuando em conjunto,
entendem que o atual modelo de escolha dos conselheiros está determinando
escolhas inadequadas para a composição dos Conselhos das cortes de Contas, pois
a forma de escolha passa longe da que está prevista em nossa Constituição. As
escolhas estão limitadas à divisão dos cargos entre Partidos políticos.
Historicamente, a
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e o Governo do Estado escolhem,
para a composição do Pleno do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do
Sul, pessoas ligadas à classe política. Queremos aqui destacar, sublinhar
mesmo, que políticos ou ex-políticos não estão excluídos da possibilidade de
serem Conselheiros, mas o que não pode mais continuar é a exclusão da
cidadania, subvertendo-se assim a ordem constitucional. Iniciou, no dia 22 de junho,
com o pedido de aposentadoria do Conselheiro João Osório, a abertura de vagas
para o Conselho de Contas do Rio Grande do Sul. No dia 31 de julho, portanto
muito proximamente, nova vaga estará sendo aberta, com a aposentadoria
compulsória do Conselheiro Victor Faccioni, e, a qualquer momento, poderá abrir
mais uma vaga, pois o Conselheiro Helio Mileski vem anunciando que também
deixará o cargo.
A aposentadoria do
Conselheiro João Osório abriu vaga de escolha do Governador Tarso Genro.
Aproveitamos este espaço privilegiado de diálogo com a sociedade
porto-alegrense para registrar que o Governador assumiu compromisso público
quando questionado por nós em evento específico sobre o tema e comprometeu-se a
levar em conta a formação jurídica e técnica da escolha que fará. Estamos
certos de que ele cumprirá o compromisso assumido, pois não podemos esquecer de
que a eleição do Governador Tarso Genro, com 54% dos votos em primeiro turno,
significou o desejo dos gaúchos por mudanças que contemplem inteiramente e tão
somente o interesse público. A vaga que se abre no dia 31 de julho, com a saída
do Conselheiro Faccioni, é de escolha da Assembleia Legislativa e, portanto, do
Parlamento gaúcho. Essa vaga, de acordo com a Carta Magna, é da cidadania
brasileira.
Estamos propondo uma
alteração do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul,
que garanta a qualquer cidadão, inclusive à classe política, a apresentação de
candidatura. As entidades já entregaram ao Presidente da Assembleia, o Deputado
Adão Villaverde, proposta de alteração do Regimento, dando assim uma
contribuição efetiva para esta discussão. Algumas unidades federadas, mais
recentemente o Estado do Paraná, praticam a correta aplicação do texto
constitucional: aberta a vaga de Conselheiro, abrem-se inscrições para que os
cidadãos que se entendam em condições possam acorrer às vagas. O esforço das
nossas entidades é um esforço, acreditamos, cidadão. Melhorando o processo,
melhoram-se as escolhas. Respeitamos as posições em contrário, mas acreditamos
que os aspectos técnicos dos indicados ao cargo de conselheiro devem ser os
preponderantes. Nossa luta é singela. Lutamos para garantir que os preceitos
constitucionais atinentes ao tema sejam respeitados. Se assim ocorrer, temos
certeza, garantiremos maior tecnicidade às decisões do TCE, melhorando a
atuação dos Tribunais de Contas, e notícias como as veiculadas pela imprensa em
geral farão parte do passado. Temos certeza também de que o dinheiro público
desviado pela corrupção que campeia por aí voltará aos cofres públicos, e os
resultados da ação do Estado será a satisfação das necessidades básicas da
cidadania - saúde, educação, segurança, habitação, transporte -, que certamente
terão mais investimentos.
Os servidores do TCE
entendem e defendem que o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas é um Cargo
Público, e, por consequência, o acesso deve ser assegurado a todos os cidadãos
brasileiros que apresentem as qualidades segundo os termos da nossa
Constituição Federal. Assim, o valor maior expresso na Constituição é o valor
da cidadania. É na defesa desse valor que ocupamos esta Tribuna, Sr.
Presidente, que pedimos apoio a esta luta que não é só dos servidores, mas,
acreditamos, de toda a sociedade gaúcha. Agradecemos a atenção desta Casa.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Convido a Srª
Ligia Zamin para compor a Mesa.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra, nos termos do artigo nº 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Prezada Ligia Zamin,
prezado Ricardo, demais servidores do Tribunal de Contas que estão no dia de
hoje nos dando a honra de comparecer nesta Casa, representando a Associação dos
Servidores do Tribunal de Contas - ASTC - e o Centro dos Auditores do Tribunal
de Contas - CATC. Os registros que fez a Lígia em nome de todos, para nós - e
eu falo aqui em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna -, são, na
verdade, princípios básicos da Administração Pública e das obrigações dos
servidores. Vocês estão fazendo, Lígia, cumprir a Constituição seja federal, seja
estadual, e nós queremos, como cidadãos, como Vereadores, como pessoas que têm
compromisso com o mesmo tema, estimular, engrandecer, valorizar essa conduta
cidadã dessas associações. Por isso, nós, eu e a Verª Fernanda Melchionna,
estamos apresentando uma Moção de Apoio e de Solidariedade à luta dos
servidores, à luta dessas entidades, porque, efetivamente, os critérios
vigentes, até o momento, são, para todos nós, motivo de vergonha, porque o
Tribunal de Contas acabou virando, simplesmente, um local de aposentadoria de
políticos, e isso não pode ser aceito por nós. Receba os meus parabéns, os
cumprimentos da Bancada do PSOL, o nosso orgulho pela luta que vocês
desenvolvem, e o nosso compromisso de aprovação dessa Moção de Solidariedade
aqui na Câmara Municipal. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 216 do Regimento.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Dr.ª Lígia Zamin, que, além de ser minha
conterrânea, nós fomos colegas de faculdade também; nossos colegas técnicos do
Tribunal, a nossa saudação em nome da Bancada dos Partido dos Trabalhadores, da
Liderança do Ver. Mauro Pinheiro, do Ver. Oliboni, do Ver. Adeli, da Verª Maria
Celeste, da Verª Sofia, do Ver. Comassetto. A senhora nos traz aqui uma
manifestação das questões que envolvem esse importante órgão da República, que
é o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e, ao mesmo tempo, traz à
luz também as denúncias das ações não republicanas em que outros Tribunais
estão envolvidos, com conselheiros denunciados e envolvidos em desvios e
desmandos. Isso tudo, porque a Lei não foi observada, porque a Constituição não
foi cumprida e porque a composição desses órgãos, de forma autoritária e
conservadora, o que vem acontecendo há muito tempo, é feita para atender a
interesses e acomodações de poder de Partidos políticos, de lideranças, por
contrapartidas que talvez fizeram em outros momentos. E o que a ASTC está
fazendo aqui é firmar as bandeiras de que o Tribunal deve existir, sim, mas
deve, sobretudo, existir para cumprir as funções da República, ser o órgão de
controle, de fiscalização, de acompanhamento, de supervisão de todas as contas
públicas, quer sejam da Administração, quer sejam das licitações, quer sejam de
todos os momentos da atividade pública.
Por isso recebam aqui
o total apoio da nossa Bancada pelo conteúdo, pelo teor da apresentação. Também
subscrevemos aqui a Moção de Solidariedade proposta pelo Ver. Pedro Ruas. Parabéns,
Lígia, e vamos torcer para que vocês consigam firmar a vitória a partir do
conteúdo aqui expresso. Parabéns e boa luta. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, queríamos cumprimentar a Drª Lígia Zamin, que está aqui
presente, e também todos aqueles que vieram aqui representar este pleito dos
funcionários graduados do Tribunal de Contas. Acreditamos ser um pleito justo,
porque acreditamos também não ser correta a forma como são designadas as
pessoas para ocuparem cargos de Conselheiro no Tribunal de Contas. Por outro
lado, Drª Lígia Zamin, queríamos também dizer que o Tribunal de Contas precisa
aprofundar estudos, porque acredito que os funcionários do Tribunal de Contas
recebem salários bem diferenciados das outras classes funcionais, em outras
repartições. Por isso mesmo, acredito que precisamos partir para um País mais
justo, alguma coisa que realmente possa nos orgulhar, com maior igualdade. Por
isso, temos que começar a nos nivelar, mas, com toda a certeza, nós, da Bancada
do PSDB, tanto eu como o Ver. Mario Manfro, apoiamos essas modificações com
relação às indicações. Acho que vocês têm toda a razão de estarem fazendo este
movimento. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Toni Proença): Obrigado, Ver. Luiz Braz.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu queria requerer, meu caro Presidente, Toni Proença, que as notas
taquigráficas da fala da Srª Lígia Zamin e as intervenções dos Srs. Vereadores
fossem enviadas ao Governador do Estado e à Assembleia Legislativa do Estado.
Acho fundamental não apenas a repercussão aqui nesta Casa, mas que fosse
oficializado, pela Mesa Diretora, ao Governador e à Presidência da Assembleia
Legislativa do Estado.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli Sell. Não havendo mais inscrições, encerramos o
período da Tribuna Popular, agradecendo muito a presença da Srª Lígia Zamin,
Presidente da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul, bem como a todos os servidores, auditores e demais funcionários
do Tribunal que hoje nos visitam e nos honram com as suas presenças. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h06min.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 16h07min): Estão reabertos os trabalhos. Convido o Sr. Kevin Krieger, Presidente
da FASC, e o Sr. Valter Jorge Schäffel, morador de rua e usuário do Albergue
Municipal, a fazerem parte da Mesa.
A SRA. MARIA CELESTE: Como será a dinâmica neste período de Comparecimento, com o Secretário?
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Como nós
tivemos a coincidência de dois comparecimentos, o Regimento não prevê isso, eu
submeto ao Plenário que o Secretário Kevin Krieger tenha 10 minutos para a sua
manifestação inicial e que, depois, nós tenhamos dois minutos por Bancada, para
que se possa fazer as indagações, sugestões, as manifestações. O Secretário
Kevin, generosamente, vai ceder cinco minutos para o Valter. Nós poderemos dar
10 minutos ao Secretário e cinco minutos ao Valter. Em votação a sugestão
apresentada. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam a sugestão permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
O Sr. Valter Jorge
Schäffel está com a palavra.
O SR. VALTER JORGE SCHÄFFEL: Sr.
Presidente, primeiramente, eu quero pedir perdão por eu estar de boné na
cabeça, porque a franja estava me atrapalhando. Presidente da FASC, Kevin
Krieger; Srs. Vereadores, senhores presentes, eu tentarei ser bem exíguo. Eu
sou usuário do sistema, por situações que não vêm ao caso relatar, mas eu fui
obrigado a fazer uso do equipamento. Eu gostaria que outros mais necessitados
estivessem no meu lugar.
A minha presença
aqui, hoje, foi em decorrência de uma reunião que nós temos na última
quarta-feira do mês, de um comitê de enfrentamento aos moradores de situação de
rua. Existe uma equipe muito grande, em que todos os setores da Cidade estão
envolvidos, com todos os representantes - da Saúde, do Esporte, a FASC, praticamente
na sua totalidade. E nós somos uma equipe que, pela Portaria 167, do Sr.
Prefeito Fortunati, foi constituída por 12 moradores de rua que farão trabalho
de pesquisa de campo para auxiliar o Prefeito e o Presidente Kevin nessa
jornada, a fim de solucionar os problemas dos moradores de rua. Se não for
totalmente, será em grande parte. E eu tenho certeza de que todos aqueles que
estão empenhados terão sucesso, porque são muitas pessoas. A Brigada Militar
esteve na reunião, assessores de todos os níveis da Cidade, setores
representativos dos movimentos dos moradores de rua, Aquarela, Boca de Rua,
estão lá todos imbuídos com o único fim de essa jornada ter um resultado, um
fruto, com o apoio do Presidente que, tenho certeza, está de boa-fé, conforme conversamos
ontem, e me disse que gostaria de saber se realmente, nessa última reunião do
mês desse Comitê, quarta-feira, estariam ocorrendo coisas, e ele me citou que o
pessoal está levantando muito cedo, de madrugada, e alguns sendo postos para a
rua. Eu fiquei estupefato. Eu disse a ele que eu fico tão indignado com esse
tipo de coisa, que eu me proponho a fazer um depoimento dizendo a realidade.
Eu, que durmo lá, não queria, mas durmo com 160 homens, não é pouco! Eu
convivo, praticamente, 24 horas com esse pessoal. Ali tem situações de todo
tipo. Eu converso com todos eles na entrada, na saída, no café, nas festinhas
que a gente fez de São João. Em tudo eu procuro me envolver para conhecer
melhor a pedido desse comitê, para saber o perfil de cada um, na medida do
possível.
Ver. Pedro Ruas, é um
prazer conhecê-lo. Há muito tempo, no tempo do PDT, nós estivemos juntos numa
reunião onde estava a Quita Brizola. Faz uns dias... Eu fiquei estupefato após
a reunião, quando cheguei ao Albergue, havia uma denúncia lá de que eu havia
denunciado o albergue para o senhor. O subdiretor me disse que estava muito
triste comigo porque tinha sabido que eu tinha denunciado ao Pedro Ruas que
alguém estava equivocando em informações. Eu disse a ele que, se tinha sido eu,
que era muito fácil: quando, em que local e como eu denunciei? Ele me pediu
desculpas, disse que havia um engano tanto do meu nome quanto do seu,
provavelmente, ou alguém querendo derrubar o trabalho que está sendo feito.
Aparecem forças de má-fé com o intuito de...
Está no fim? Por
favor, não quero ultrapassar... Posso encerrar?
Agradeço a
oportunidade. Vereador, realmente o frio da manhã é para todos. Tem empregado
que levanta cedo, vai trabalhar às 4 horas, e o morador de rua também está
passando o mesmo frio. Se o trabalhador pega o mesmo frio... A temperatura,
segunda-feira, com vento, estava fria para todos nós, e o morador de rua sente
frio igual aos outros. Não será o frio das madrugadas que vai mudar, são as
ações. O senhor me chame, estou à disposição da Câmara, quando quiser qualquer
coisa, não precisa ser em termos de denúncia, basta comunicar à FASC, ou Ilê
Mulher, o Albergue Municipal, e eu estarei aqui para colaborar dentro da medida
do possível. Muito obrigado pelo tempo dispensado, e felicidades a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Convido o
Valter para fazer parte da Mesa.
Recebo, por escrito,
o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, manifestado no microfone de
apartes.
O Sr. Kevin Krieger
está com a palavra.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa-tarde, Presidente
Toni Proença; cumprimento o Valter e todos meus colegas Vereadores e
Vereadoras, em especial meu Líder, João Dib. Quero dizer, neste plenário, que
quero vê-lo por mais outro mandato. Por favor, não desista! O Partido
Progressista precisa de ti! Esta Casa e Porto Alegre precisam de ti!
Quero, num primeiro
momento, falar algumas das ações que a Fundação de Assistência Social vem
fazendo ao longo de 2009, 2010 e agora, em 2011. Em novembro de 2009, nós
fizemos um trabalho junto ao Ministério de Desenvolvimento Social; fomos a
Brasília e apresentamos para a Ministra Márcia Lopes um plano de implantação do
sistema único da assistência social na cidade de Porto Alegre, e executaríamos
e implantaríamos o sistema no ano de 2010. No final de 2010, tínhamos, até
então, Módulos de Assistência Social e Centros Regionais de Assistência Social,
somando 21 equipamentos na cidade de Porto Alegre que atendiam à comunidade
como Módulos de Assistência e Centros Regionais de Assistência Social. Seguindo
as diretrizes do Ministério, nós fizemos todo um reordenamento da Rede de
Proteção Social Básica e da Rede de Proteção Social Especial de Média
Complexidade, e abrimos 22 CRAS, Centros de Referência de Assistência Social, e
nove CREAS, Centros de Referência Especializados de Assistência Social. Então,
nós saímos de 21 equipamentos para 31 equipamentos na cidade de Porto Alegre.
De 21, Ver. Toni, para 31.
Além desse aumento
considerável de equipamentos, nós dividimos as complexidades de atendimento,
Verª Maria Celeste: na proteção básica, CRAS; na proteção de média
complexidade, CREAS. Para que nós entendamos, os CRAS atendem todos os
beneficiários do Bolsa Família, por exemplo, que são 38 mil em Porto Alegre.
Inclusive, somos exemplo, em nível nacional, na área de Educação, e agora já
estamos também virando na área de Saúde. Quando cheguei, a Saúde, através do
Índice de Gestão Descentralizada, fazia a pesagem de no máximo 14% dos
beneficiários do Bolsa Família, para crianças de zero a sete anos e gestantes.
Nós já estamos em 50%, recebendo novamente os recursos federais do Índice de
Gestão Descentralizada, que vêm do Cadastro Único e do Bolsa Família. Ou seja,
nós tínhamos perdido em 2008, e, no segundo semestre de 2009, nós retomamos esses
investimentos que são para atender melhor à população do Bolsa Família na nossa
Cidade, onde hoje nós temos 22 CRAS.
Os CREAS são os
nossos Centros de Referência, que trabalham todas as famílias e indivíduos que
já tiveram os seus direitos violados: crianças em situação de rua, pessoas em
situação de rua - hoje a nomenclatura mudou, não é mais morador de rua -,
exploração sexual, trabalho infantil. Crianças e adolescentes, Verª Maria
Celeste, que estavam em abrigos e que estão retornando para suas famílias são
referenciadas nos CREAS e depois são referenciadas nos CRAS. Quando são
reinseridas nas suas famílias, elas não deixam de ser acompanhadas, mas o
sistema determina que sejam acompanhadas pelo CREAS e que, depois, sejam
acompanhadas pela unidade básica da rede de assistência social. Áudio 45 Mas o
mais importante disso, quando a gente fala em CREAS, é que, até há pouco, final
do ano passado, Verª Fernanda e Ver. Pedro Ruas, nós tínhamos uma equipe na
Cidade, que era a equipe do ASR da Casa de Convivência, que atendia durante
meio turno para abordar todas as pessoas em situação de rua na Cidade inteira,
e isso não era do Governo passado, isso era da história da cidade de Porto
Alegre, uma equipe, Ver. Toni, para abordar todos os casos em toda a Cidade.
Hoje, nós temos nove equipes para fazer esse trabalho. Cada equipe é composta
de quatro educadores sociais, assistentes sociais e psicólogos, que fazem a
abordagem descentralizada em toda a cidade de Porto Alegre. Na região central,
nós temos o CREA Centro, que tem uma equipe com 20 educadores sociais e
monitores, porque, na Região Centro, é onde a gente tem o maior índice de
pessoas em situação de rua, conforme pesquisa feita pela UFRGS em final de
2007, começo de 2008, que apontava 1.203 moradores de rua na nossa Cidade,
sendo que 1.090 eram da região central.
Então, esse foi um
avanço fundamental, e essas equipes estão trabalhando há seis meses nas
abordagens sistemáticas durante o dia, das 8h30min às 18h. Então, de uma equipe
trabalhando meio turno, passamos para nove equipes, sendo que a equipe do
Centro é uma equipe dobrada e faz este trabalho das abordagens sociais de rua.
Então, esse eu
realmente considero um dos grandes avanços, porque, até então, Porto Alegre
trabalhava muito na dependência do Albergue Municipal, que também tem uma
equipe de abordagens à noite. Nós temos duas equipes que fazem as abordagens
sistemáticas noturnas, das 20h às 24 horas. Primeiro, faz o acesso ao albergue
das 19h às 20h, e esta é a hora do acesso ao albergue, começa às 18h e vai até
as 19h, entram às 19; se faz o jantar para todas as 150 ou 160 pessoas que
acessam o Albergue Municipal; há uma área de convivência, onde tem uma
televisão, todos são atendidos - se precisarem - pela enfermagem que nós temos
no albergue também e pela nossa Assistente Social. Em torno de 10h, eles vão
dormir; em torno de 6h, são acordados para tomar o café da manhã e, às 7h, eles
saem do Albergue Municipal. Nós temos a casa de convivência, que se localiza
atrás do Albergue, onde começa o atendimento às 7h, com higiene, oficinas,
entre tantas outras ações que temos nesse espaço, que é o Espaço Ilê Mulher, um
espaço conveniado.
Ao longo de 2009 e
2010, fizemos essa reestruturação. Em 2010, sentamos com o Prefeito Fortunati e
determinamos, em conjunto, que 2011 seria o ano de prioridade da situação de
rua do jovem adulto, porque a situação da criança e do adolescente, se não está
erradicada - e não está -, ela está bem melhor do que estava anos atrás, pelo
programa que nós temos - Ver. Adeli Sell, que conhece bem essa área, a Verª
Celeste também -, que é o Programa Ação Rua, que investe R$ 3,5 milhões ao ano,
com 14 equipes que fazem abordagens sociais com crianças e adolescentes.
No final do ano
passado, nós definimos que a prioridade número um seria - e está sendo - o
debate com a sociedade civil, o debate com os usuários do sistema - por isso o
Valter está aqui.
Ontem, inclusive,
tivemos a terceira reunião do nosso Comitê Municipal de Enfrentamento à
Situação de Rua, o Valter sabe o número da Portaria, e eu não sei, para vocês
verem a importância que tem para esses 12 moradores e ex-moradores que estão
nos nossos equipamentos. O Silmar está lá também, é uma pessoa que está em
situação de rua, mas está sempre nas reuniões.
Esta Casa também foi convidada;
acho que isso é importante que seja dito aqui, que esta Casa compõe o Comitê
Municipal de Enfrentamento à Situação de Rua, e, infelizmente, não tivemos a
presença da Câmara de Vereadores nessas reuniões, nem na posse, que foi dada
pelo Prefeito. Seria muito importante que essas pessoas que foram indicadas
pudessem estar conosco. (Pausa.)
O Ver. Toni está me
comunicando que eu tenho só mais um minuto. Eu gostaria de pedir permissão para
ter mais uns cinco minutos, só para que eu pudesse finalizar essa fala...
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Permissão
concedida.
O SR. KEVIN KRIEGER: ...para, depois,
poder ficar à disposição dos Vereadores. O Comitê é um espaço que tem a
sociedade civil, entidades não governamentais, conveniadas com a FASC e não conveniadas,
que executam um serviço de assistência social. Eu cito - o Ver. Nedel,
infelizmente, não está aqui - a Toca de Assis, que é uma entidade não
conveniada, mas que trabalha com moradores de rua há muitos anos. E participam,
também, deste Comitê, as 12 pessoas que estavam em situação de rua ou já não
estão mais, como o Valter, apesar de estar no Albergue, e toda a rede
governamental. Nós já estamos na terceira reunião. Ontem, nós tivemos uma
reunião muito importante, em que foi definida uma nova forma de atendimento da
área da Saúde em relação aos moradores de rua. Todas as pessoas que estão em
situação de rua, seja na Vila Bom Jesus, seja no Eixo Baltazar, não são
atendidas nas suas regiões; elas têm que vir até o Centro para serem atendidas
no PSF sem domicílio, na Unidade Santa Marta, porque elas não têm endereço,
moram na rua e não podem ser atendidas nas Unidades de Saúde perto de onde
estão. Por uma solicitação das pessoas que estão em situação de rua, a FASC e a
Saúde se reuniram e construíram, Ver. Dib, uma forma para que os nossos CREAS,
em cada região - são nove -, sejam os endereços dessas pessoas, para que elas
possam acessar a Unidade Básica de Saúde da sua região, para que haja uma
articulação entre o CREAS e a Unidade de Saúde, porque muitas dessas pessoas
precisarão, inclusive, de tratamento contra tuberculose, entre outras doenças
que atingem diretamente essa população.
Esse Comitê também
tem a responsabilidade, por uma Portaria do Prefeito Municipal José Fortunati,
de apresentar para o Prefeito, até setembro, um plano municipal de
enfrentamento com novas modalidades de atendimento para a situação de rua.
Hoje, está aqui, ao meu lado, um exemplo, o Valter, que não precisaria mais
estar morando no Albergue Municipal. Ele poderia estar numa república, ele
poderia estar recebendo uma habitação popular do DEMHAB. Verª Maria Celeste, a
partir deste ano, nós acertamos com o Diretor Humberto Goulart, do DEMHAB, que
3% de todas as habitações do Programa Minha Casa, Minha Vida, que vêm para o público
da Assistência Social, sejam para pessoas em situação de rua que estão morando
conosco há mais de ano - é claro que há toda uma avaliação social das nossas
técnicas -, mas, antes de irem para essas moradias definitivas, vão ter que
passar por repúblicas, o que será um teste para que essas pessoas, realmente,
possam ir para uma habitação popular definitiva.
Em agosto, agora, nós
estaremos entregando 17 habitações populares, o condomínio que o DEMHAB está
entregando na Zona Sul, quase na Restinga, para o público da Assistência
Social; algumas pessoas que estão em abrigos, indivíduos, algumas famílias -
porque nós temos também famílias no Abrigo Marlene - que estão recebendo essas
habitações populares e também crianças e adolescentes que foram abrigadas por
causa das habitações populares.
Como a reportagem que
a RBS mostrou, há dois dias, há as habitações das ilhas, onde moram dez
pessoas, e lá não há as mínimas condições. E isso gera muitas violações dos
direitos das nossas crianças e dos nossos adolescentes e dos direitos humanos.
Bom, eu poderia ficar
falando mais um bom tempo, até cansar os nossos Vereadores, mas me coloco à
disposição para os questionamentos e para dar as respostas.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Secretário Kevin Krieger. Conforme acordamos, teremos dois minutos para cada
Bancada para as suas manifestações, indagações e sugestões ao Sr. Secretário.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, falo
em meu nome e em nome da Ver. Fernanda Melchionna, quero cumprimentar o
Secretário Kevin Krieger, agradecer a sua presença aqui, e o seu Valter; e
dizer, alto e bom som, que eu não o vejo e não o ouço há cerca de 20 anos;
portanto, quem falou que nós tínhamos contato foi caluniador. Há 20 anos ou
mais não o vejo.
Bem, são duas
questões muito importantes, Secretário. A primeira: eu fico muito envergonhado
com a informação que o senhor trouxe sobre a representação da Câmara, que não
aparece nesse Comitê. Se para essa representação estão nomeados - o senhor
disse que são dois representantes -, no meu ponto de vista, eles têm que ser
“desnomeados” , e transmito já ao Ver. Toni Proença e me ofereço para ser um
deles, além de indicar, inclusive, a Verª Maria Celeste para ser o outro - com
permissão de S. Exª -; já pedi, porque esses dois nomeados que não tomaram nem
posse envergonham a Casa. Por outro lado, Secretário Kevin Krieger, digo o
seguinte: V. Exª já colocou e me parece que colocou bem o tema, nós precisamos
de uma flexibilização. Então, a minha sugestão - e aqui concluo - é que, face
ao rigor deste inverno, constatado estatisticamente, inclusive, em alguns
momentos, singular mesmo, nós tenhamos, nesses meses de julho, agosto e
setembro, essa flexibilidade. A minha sugestão é que, nesses três meses, nos
anos posteriores, em vez das 7h para saída, de manhã, passe para as 8h30min da
manhã, porque aí, sabidamente, já tem sol e já é uma situação diferente. É a
única sugestão que faço a Vossa Excelência. E mais: a Câmara, garanto-lhe,
estará presente nesse Comitê. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. Pedro
Ruas, peço que o senhor encaminhe o seu Requerimento por escrito a esta Mesa.
Obrigado.
O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Ver.
Kevin Krieger, cuja presença hoje, aqui na Casa, nos dá muita satisfação,
especialmente na medida em que V. Exª traz à luz alguns esclarecimentos, que a
Casa em seu todo recebe e que tanto eu quanto a Verª Maria Celeste já deles
tínhamos conhecimento na medida em que, na Comissão Especial coordenada pelo
Ver. Nilo Santos, V. Exª já havia estado presente e prestado essas informações.
É evidente que alguns
detalhes, nós não conhecíamos, e remonta como significativa a circunstância de
saber que existem determinadas situações que não adianta nós querermos
flexibilizar, porque existem normas impeditivas que impossibilitam essa
flexibilização. Uma delas é que os turnos legais, para que os servidores
trabalhem, estabelecido por norma constitucional, são de 12 horas. E, quando
nós queremos que eles terminem mais tarde, nós teremos que, evidentemente,
iniciar mais tarde. Daí uma dificuldade lógica: se no inverno, 7h da manhã é
muito cedo; 20h30min, que seria o horário para começar a jornada, seria muito
tarde. Então, vai-se ter que usar a sabedoria, porque, mais do que
flexibilizar, nós vamos ter que agigantar esse horário, e acho que isso pode
ser feito, pensando com boa vontade, como V. Exª sempre faz com esses problemas
- e eu sou testemunha que V. Exª optou por enfrentar essa situação de perto. V.
Exª está na FASC hoje, porque quer fazer esse trabalho e quer fazer esse
enfrentamento. E eu disse que V. Exª tinha enlouquecido; muito jovem, V. Exª
enlouqueceu, porque foi enfrentar um problema que uns contornam e do qual
outros fogem e, responsavelmente, está enfrentando.
Então, eu quero dizer
a V. Exª que todas as coisas, à primeira vista, parecem muito fáceis de serem
enfrentadas. V. Exª está na ponta, no último elo de um programa que é muito
sério, que é o da marginalidade social em Porto Alegre. E o inverno aguça esses
problemas, aguça a solidariedade, mas não pode, de maneira nenhuma, tumultuar o
seu trabalho, um excelente trabalho que vem sendo desenvolvido, que eu quero que
prossiga para aplaudi-lo duas vezes por ele: pela coragem de enfrentá-lo e pela
eficiência de realizá-lo.
Por isso, Presidente,
eu quero deixar muito claro que hoje, na ânsia de se fazerem as coisas, a gente
acaba criando algumas dificuldades cujas transposições não são tão fáceis. Eu
não sei se, nessas Comissões... E V. Exª reclama que a Câmara está ausente de
uma delas, o Legislativo vai se fazer presente numa Comissão à qual cabe
executar tarefas que nós regulamos. É algo possível de ser conciliado. Em
regra, Vereadores são chamados para atividades do Município em horários
incompatíveis com as suas responsabilidades como Vereador. Como eu sou uma
pessoa que vive reclamando que a nossa prioridade é estar aqui na Câmara mais
do que em qualquer ponto da Cidade, eu não subscreveria qualquer reclamação
nesse sentido. Então, com todo o carinho que eu lhe dedico, nesse particular eu
não subscrevo a sua queixa. Vamos buscar com mais objetividade saber qual é a
razão de essa representação reclamada por V. Exª não estar presente. Certamente
não será por irresponsabilidade, tenho certeza disso. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria
Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente; Secretário
Kevin Krieger; Sr. Valter, que representa aqui os usuários do sistema, da nossa
rede, quero dizer que fiquei muito feliz pela iniciativa do Sr. Prefeito, que,
sensibilizado com a discussão deste Plenário, possibilitou o fato de o senhor
estar conosco aqui. Quero agradecer também a readequação da sua agenda, tendo
em vista que o senhor estava em um compromisso importantíssimo para todos nós,
que para Porto Alegre é fundamental, que é o lançamento do Plano Nacional e
Estadual de Erradicação da Pobreza Extrema no Brasil, e especialmente na
Cidade.
Ouvi atentamente a
sua fala, Secretário, e também já pude conversar pessoalmente com V. Exª no
sentido de que a nossa maior preocupação é o orçamento que é destinado para a
Assistência Social e a forma como ele tem sido aplicado. Parece que há
problemas naquilo que é lançado, efetivamente. É inconcebível nós termos um
investimento tão baixo mostrado pela Peça Orçamentária da Cidade, pelos dados
da Secretaria da Fazenda, tendo em vista o grau de dificuldade que enfrentamos
não só com as pessoas que moram nas ruas, mas também com as crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Quero salientar que
também fiquei muito feliz com essa nova proposta do recadastramento do Programa
Bolsa Família. Porto Alegre já perdeu quase 1 milhão de reais em anos
anteriores, porque, efetivamente, não fizeram o cadastramento, e a iniciativa
de V. Exª no reordenamento é importante - quero salientar isso.
Quero também dizer
que estamos extremamente preocupados e lamentamos que não haja participação dos
Vereadores nesse Comitê que trata da política municipal na questão dos
moradores de rua, porque nós já constituímos duas Comissões Especiais nesta
Casa, temos colaboração dentro de uma estratégia; a Comissão de Direitos Humanos
elaborou um Projeto de Lei para atender à política municipal para os moradores
de rua, do qual V. Exª solicitou que não houvesse a tramitação enquanto o
senhor não estivesse conosco e desse as devidas explicações. Também por isso
solicitei que V. Exª estivesse conosco e pudesse falar sobre qual é a proposta
que a FASC ou esse Comitê vai trazer, tendo em vista esse Projeto de Lei que
tramita na Câmara Municipal.
Mas ainda há algumas
dúvidas que eu acho importantes. Além da questão do horário, que foi colocada
aqui pelo Ver. Pedro Ruas, eu gostaria de ter alguns esclarecimentos: qual é o
acesso, ou como é feito o acesso das pessoas que estão em situação de rua nos
albergues municipais? Como essas pessoas acessam? É necessário apresentar
documentação? Se a resposta for sim, como fazer para aqueles usuários que nem
sequer documentação têm acessem esse equipamento? Acho extremamente importante
que se observe essa questão.
Também quanto à outra
preocupação da qual o senhor falou rapidamente, do acesso à Saúde, nós temos
visto, nos nossos albergues, especialmente no Albergue Municipal, a questão da
proliferação da tuberculose e da drogadição. Como é enfrentado esse problema
dentro dos abrigos e dos albergues no Município de Porto Alegre? Acho que seria
muito importante o senhor fazer também esses esclarecimentos que eu não ouvi no
seu relato.
Por fim, quero dizer
que esta Vereadora apresentou um Projeto de Lei nesta Casa, fazendo uma reserva
de 5% das habitações do DEMHAB para a população de rua, mas ainda não tivemos a
sensibilidade do Governo como um todo para que, efetivamente, pudéssemos
aprovar esse Projeto e contribuir com essa política na qual o senhor também
está trabalhando, da reserva de vagas nos condomínios habitacionais do DEMHAB
para a população que está nessa situação, o que, certamente, iria colaborar
muito mais nesse enfrentamento que precisamos fazer.
Quero, mais uma vez,
agradecer a sua vinda a esta Casa e dizer que nós estamos, sim, atentos, como
Vereadores de oposição, e tranquilamente nós queremos contribuir não com um
Governo, mas, efetivamente, com a população de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença, quero saudar aqui o Secretário Kevin, enfim, todos os nossos
convidados que se fazem presentes.
Secretário, me deixa
muito contente essa relação direta com a Secretaria Municipal de Saúde e a
possibilidade de os moradores de rua, efetivamente, serem atendidos não só no
PSF sem domicílio, mas nas suas Unidades Básicas de Saúde próximas dos lugares
onde vivem. Sem dúvida nenhuma, a Unidade Básica de Saúde é o fórum para isso,
uma vez que não há restrição geográfica para atuação dos profissionais.
Nós, da Comissão de
Saúde, neste primeiro semestre, tivemos algumas pautas que, como diz o Ver.
Beto Moesch, com muita propriedade, dialogam com a Fundação de Assistência
Social, principalmente no que se refere à questão das praças. Também foi sugestão
do Ver. Beto Moesch que nós visitássemos as praças da Cidade, e identificamos
algumas que realmente - e temos feito contato direto com o Gabinete de V. Exª -
merecem uma ação da FASC, no sentido de que esse espaço público possa ser
retomado pelo conjunto da coletividade. Somos testemunhas de que V. Exª tem
feito um grande esforço nesse sentido. Continuaremos nessa atuação.
Para finalizar, quero
deixar bem claro para V. Exª que o Luciano Marcantônio, que é suplente nessa
situação - acabei de falar com ele -, está muito interessado; inclusive
solicita que esses convites sejam formalizados diretamente ao gabinete. Talvez
tenha havido algum ruído de comunicação nesse processo. Muito bem frisou o Ver.
Pujol, que, como um dos veteranos e doutos desta Casa, nos cobra muito a
presença, e realmente, na atividade parlamentar - V. Exª sabe muito bem disso
-, se tem que fazer, efetivamente, muito nesta Casa. Mas esclareço V. Exª nesse
sentido, que, no que se refere ao PDT, o Ver. Luciano Marcantônio, que é o 1º Suplente,
solicita, e nós, do PDT, solicitamos, em seu nome, que esses convites sejam
encaminhados direto ao gabinete. Certamente, ele estará lá presente e muito
ativo, porque essa causa lhe é muito cara. Parabéns pelo trabalho, Secretário.
Continue assim, continue contando com a nossa ajuda aqui na Câmara de
Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Dr. Thiago Duarte.
O Secretário Kevin
Krieger está com a palavra para tecer suas considerações finais.
O SR. KEVIN KRIEGER: Quero fazer algumas
colocações, Verª Maria Celeste, em relação à reunião da Comissão de Direitos
Humanos, na qual estive presente. Quando fui chamado pela Comissão Especial
para tratar da situação dos moradores de rua, fiz questão de vir à reunião e
trouxe algumas das ações que a Fundação estava fazendo. Ali a gente viu a
necessidade de fazer um convite para a Câmara participar desse Comitê, que é
fundamental, até para que a Câmara possa articular o Projeto de Lei que se
tinha aqui dentro, que já está tramitando há uns dois ou três anos, se não me
engano, só que numa legislação antiga, antes do SUAS. Foi por isso que mandei
um ofício, solicitando que se parasse a tramitação desse Projeto, para que ele
viesse para dentro do Comitê, fosse avaliado dentro do Comitê com as sugestões
que há dentro dessa Lei e outras que há agora, de acordo com o Sistema Único de
Assistência Social.
Então, a ideia foi
que pudéssemos, juntos, ter um plano municipal para a cidade de Porto Alegre,
criado pelos usuários, pelas entidades governamentais, as Secretarias, Câmara
Municipal, Defensoria Pública - que faz parte também deste Comitê - e as
Entidades não governamentais, para juntos, fazermos a construção do plano para
passar nesta Casa, ser aprovado e virar Lei para a nossa Cidade. Essa foi,
realmente, a intenção. A Comissão, que já havia tido toda uma experiência,
poderia chamar muitas entidades, usuários e lideranças que têm uma bagagem
desse trabalho para que pudessem se juntar a este Comitê, composto por usuários,
sociedade civil e Governo. E se passar de 3% para 5%, acho que vai ser melhor
ainda, sem dúvida nenhuma. A gente garantiu os 3%, Presidente Toni, que é uma
demanda do Orçamento Participativo de 2000, Verª Maria Celeste. Essa demanda é
do OP de 2000, os 3% das habitações populares para os usuários da Assistência
Social; se for 5%, melhor ainda. Acho que temos demanda para isso, não tenho
dúvida nenhuma, porque o público da Assistência não é simplesmente, Ver. Pedro
Ruas, a pessoa que esteve em situação de rua, mas a vítima do traficante que
expulsa famílias das comunidades, o que poderia estar sendo trabalhado pelo
CREAS, encaminhado-as a outras áreas, em parceria com o DEMHAB. Então, são
várias questões, várias violações de direito que poderíamos trabalhar junto
dentro desses 5%. Acho que seria muito importante, mas que estivesse junto com
outras modalidades que nós precisamos criar na Cidade. Eu reconheço e acho que
todos nós reconhecemos que precisamos fazer mais por essa população. Acho que
isso está claro, está notório, e não é uma questão deste Governo, dos passados
ou dos futuros governos, mas de a nossa Cidade tratar melhor essas pessoas e
buscar uma solução que garanta os seus direitos.
Eu vou dar um
exemplo: ontem à tarde, o nosso CREAS Centro, junto com a Secretaria da Saúde e
o Ministério Público, estava trabalhando com uma pessoa que talvez muitos aqui
já tenham visto, uma pessoa em situação de rua, que é o Pezão. O Pezão mora na
Rua 24 de Outubro - o Silmar conhece - há 20 anos, Ver. Dib, na frente do
União. O CREAS Centro, na última semana, fez cinco abordagens. Ontem, na quinta
abordagem, conseguiu encaminhá-lo para o PAM-3. Na quinta, ele aceitou ir para
o PAM-3, mas foi a quinta abordagem, Ver. Raul, em uma semana, todos os dias,
ele foi, ficou internado, está fazendo todo o tratamento de saúde, e estamos
tentando convencê-lo a não voltar para rua, mas não é fácil, porque ele já tem
20 anos de situação de rua, e o abrigo e o albergue têm regras. A gente não
pode fugir dessas regras.
Em relação ao acesso,
Verª Maria Celeste, esse é um ponto que é fundamental, eu agradeço a sua
colocação. Quero deixar muito claro que surgiram alguns boatos, inclusive numa
reportagem da Record, de que um dos moradores de rua tentou acessar o Albergue
Municipal e, porque não tinha identidade, não pôde acessar. Hoje, a Record fez
a reportagem e esclareceu que estava enganada, que essa pessoa não tentou
acessar, e todas as pessoas que tentam acessar o albergue, que não têm
documento, acessam o albergue; é feita uma ocorrência, e, no dia seguinte,
quando ele acorda, a assistente social a encaminha para a casa de convivência e
para os órgãos para fazer a sua identidade novamente. Acho até que isso é uma
injustiça com a equipe do Albergue, que faz isso tão bem feito. Foi fundamental
termos essa colocação aqui. Se houve, algum dia, alguma falha de não entrar,
bom, isso pode acontecer, mas não aconteceu nesse caso, isso eu posso te
garantir, porque eu falei com o Franke, que é nosso coordenador do Albergue, e
as próprias pessoas que estão no Albergue, como o Valter, podem fazer esse
relato, que ele não tentou acessar esse equipamento, e quem acessa sem
documento entra no Albergue Municipal.
Em relação à
tuberculose e à drogadição, quem participar, dos Vereadores... E eu fico muito
feliz quando o Thiago fala do Marcantônio, porque este foi um parceiro nosso
quando estava no Governo, muito preocupado com os carroceiros e com os
carrinheiros, porque essa população, logo, logo, como o Ver. Adeli Sell colocou
aqui, se a gente não trabalhar com essas pessoas - e o Governo já vem fazendo
isto, procurando cursos de qualificação -, elas serão moradoras de rua; então,
estamos trabalhando. O Ver. Marcantônio sempre foi um grande parceiro dentro do
Governo, quando trabalhou conosco isso.
Carroceiros e
carrinheiros, Ver. Pedro Ruas, se nós não trabalharmos, como o Ver. Adeli
colocou aqui, serão pessoas que teremos que abrigar. Hoje, o carrinheiro já não
vai mais para a casa todos os dias, infelizmente, já está parando embaixo do
viaduto, porque carregar aquela coisa nas costas, com aquele peso, faz com que
ele não volte para a casa. Ou seja, Ver. Oliboni, ele também está se
acostumando a ficar na rua, e isso não é bom. Para reverter esse quadro,
depois, é muito mais difícil do que trabalhá-lo preventivamente. Áudio 56
Para finalizar, eu
queria dizer, mais uma vez, que a gente sabe da situação. Nós determinamos e
declaramos que 2011 seria o ano de enfrentar essa situação. Espero,
sinceramente, que quem me substituir na Fundação de Assistência Social e
Cidadania, seja no ano de 2012, seja no próximo Governo, dê andamento às
políticas que estão sendo implementadas. Tenho orgulho de dizer uma coisa para
vocês, entre outras: na minha gestão, Ver. Dib, todos os coordenadores de todos
os equipamentos da Fundação de Assistência Social e Cidadania são servidores do
quadro. Antes, eram Cargos de Confiança; hoje, todos são servidores municipais.
A história vai continuar: o CREAS, o CRAS, os abrigos, as casas-lares, em todos
são servidores do quadro que coordenam os equipamentos.
Ver. Marcantônio,
quero te ver lá na próxima. Agradeço a oportunidade de estar aqui. Sempre que
eu for convidado, convocado ou chamado, estarei à disposição da Câmara de
Vereadores. Com certeza, em abril, estarei fazendo parte desta Casa, com muita
honra. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Quem o
convocou para estar nesta Câmara foi o povo, que não só o convocou, como lhe
outorgou o mandato.
A SRA. MARIA CELESTE: Faço uma consulta, diante da fala do Secretário Kevin Krieger. O
Projeto de Lei que foi protocolado nesta Casa, Ver. Toni, é um Projeto de Lei
da Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana, de 2007. Eu verifico aqui que, dos
seis Vereadores que assinaram, se mantêm aqui V. Exª, o Ver. Pedro Ruas e o
Ver. Adeli Sell. Parece-me bastante ponderada a solicitação do Secretário para
que pare a tramitação deste Projeto - ele já está na Ordem do Dia - até que se
configure, se encaminhe para o Comitê, o que eu acho uma sugestão interessante,
e venha a nova formatação do projeto da política municipal para as pessoas
moradoras de rua. Eu queria consultar os três Vereadores, o Ver. Adeli, o Ver.
Pedro Ruas e o Ver. Toni, se esta questão seria contemplada: que nós não
priorizássemos a votação deste Projeto até ter a configuração do novo projeto.
Essa é a primeira questão que eu queria colocar.
A segunda
questão é que eu ainda fiquei em dúvida, Secretário, e depois gostaria que o
senhor me respondesse: como é o acesso e se há essa questão da documentação na
rede conveniada. Seria importante o senhor colocar. Muito obrigada.
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Com relação à primeira questão que a Verª Maria Celeste coloca, eu tenho
total concordância. Eu já me coloquei à disposição, eu nunca sugiro tarefa que
eu não me ofereça para cumprir, então eu me coloquei à disposição também e até
consultei S. Exª, o Ver. Luciano Marcantônio, para que não houvesse nenhuma
dificuldade - ele era suplente, mas não chegou a receber a comunicação. Ele
abre mão, tranquilamente, para assumirmos a função - disse agora, aqui. E eu
faço a seguinte colocação, aproveitando o momento, Ver. Toni Proença:
Secretário Kevin Krieger, eu ainda não ouvi a posição de V. Exª sobre a questão
do horário, da flexibilização do horário e também, reiterando, se aquela
posição é para o Albergue Municipal e conveniados. Esse é o nosso pedido a V.
Exª, e agradeço ao Ver. Toni a paciência.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. Pedro Ruas, já solicitei a V. Exª que encaminhe o Requerimento por
escrito, da alteração dos nomes, para ser avaliado.
O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Só quero aproveitar a oportunidade para parabenizar o excelente trabalho
que o Kevin faz no comando da FASC, onde, principalmente nas comunidades de
baixa renda, se vê o diálogo que existe, o respeito, a responsabilidade e o
quanto hoje avançou o trabalho da Assistência Social junto àqueles que mais
precisam, que são as comunidades de baixa renda.
Em relação à
Comissão, eu fui indicado sem ter sido consultado, eu não sei por quem. A única
coisa que o Nilo me informou é que eu era suplente, e até hoje não fui
convidado a participar de nenhuma reunião. E as mesmas pessoas que me indicaram
podem indicar o Dr. Ruas e a Verª Maria Celeste, sem problema algum. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Certamente
esta indicação é da Mesa Diretora.
A Verª Maria Celeste
sugere que a gente suspenda a tramitação deste Projeto para adequá-lo ao SUAS.
De minha parte, não há nenhum problema. Eu só quero corrigir que este Projeto
não é de 2007, porque, nesse ano, eu ainda não era Vereador. Este Projeto é de
2009 ou é um Projeto de 2007 que foi reapresentado e teve a inspiração do Ver.
Pedro Ruas, pois eu me lembro até de uma reunião da CEDECONDH na qual nós tratamos
desse assunto.
Ficou uma questão
pendente para o Secretário Kevin Krieger, para que possamos encerrar esta parte
da Sessão.
O Secretário Kevin
Krieger está com a palavra.
O SR. KEVIN KRIEGER: Ver. Pedro Ruas, com
relação à questão da ampliação de horário, eu não vou poder dar uma resposta
hoje, mas eu vou ver de que forma a gente pode trabalhar isso internamente. E,
se não for possível para este ano, a gente pode pensar já para os anos
seguintes, mas nós vamos tentar fazer uma matemática para ver se a gente
consegue, de alguma forma.
No Albergue
Municipal, que é próprio, seria mais fácil do que no conveniado, que necessita
orçamento, e a gente repassa um recurso determinado por “x” atendimentos e
horas. Isso foi, inclusive, colocado na reunião do Comitê que houve ontem à
tarde - as reuniões ocorrem na última quarta-feira do mês, das 16 às 18 horas.
Lá foram colocadas algumas diferenças entre os atendimentos dos conveniados e
do Albergue Municipal, que é próprio. Há algumas diferenças que estão sendo discutidas
e trabalhadas e serão unificadas.
Eu já lhe respondo,
Verª Maria Celeste, que há algumas questões: ou no Dias da Cruz, ou no Felipe Diehl, é necessária a documentação. E no
Albergue Municipal, podem entrar sem documentos, e nós fazemos a documentação.
Inclusive entram alcoolizados ou sob o uso de substâncias tóxicas - só não
podem utilizar dentro do Albergue, mas nós acolhemos todos. Realmente, com
relação ao Dias da Cruz e ao Felipe Diehl, é necessária uma unificação. Por
isso o Comitê está sendo fundamental, porque tudo está sendo discutido ali dentro,
e com todos; não é uma discussão do Governo para a sociedade civil; é uma
discussão que vem principalmente do usuário para o Governo e para a sociedade
civil.
Acho que era isso.
Não sei se eu respondi.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Respondeu.
Quero fazer o registro que a Verª Maria Celeste, ao ler o número do Processo,
estava completamente correta. No Processo, está escrito 2007, mas isso deve ser
algum erro de protocolo, porque ele foi redigido em 2009.
Com a concordância
dos Vereadores que continuam nesta Casa, minha, do Ver. Pedro Ruas e me parece
que do Ver. Adeli Sell, nós podemos suspender a tramitação para adequar o
Projeto a essa proposta do Secretário Kevin Krieger.
O SR. PEDRO RUAS: Eu já dei a minha
concordância expressa e reitero ao Secretário a necessidade de que seja este
ano, e conte com esta Casa se houver necessidade de, eventualmente, adaptação
de lei. Nós estaremos à disposição, com certeza.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sr.
Secretário, na realidade, os dois Vereadores indicados por esta Casa para fazer
a representação junto ao GT são o Ver. Luciano Marcantônio e eu. O problema é
que quarta-feira é dia de Sessão, e, neste horário, 16 horas, nenhum Vereador
desta Casa poderá participar - nem a Verª Maria Celeste, nem o Ver. Pedro Ruas
-, a não ser que o dia e horário sejam trocados, porque é exatamente o momento
da Ordem do Dia, de votação. Infelizmente, para nós, fica inviável participar.
O SR. KEVIN KRIEGER: Ver. Nilo, só quero
deixar claro que as reuniões não ocorrem em todas as quartas-feiras. Esse
Comitê se reúne na última quarta do mês, das 16 às 18 horas. Eu faço um apelo à
Câmara de Vereadores que ceda um dos seus Vereadores para estar, em uma quarta
por mês, participando desse espaço, que é tão importante para nossa Cidade.
O SR. NILO SANTOS: Secretário, falando
agora como Vereador da base aliada, projetos importantíssimos do Governo são
votados às quartas-feiras, e um voto faz diferença nesta Casa, exatamente para
aprovar os projetos do Governo.
O SR. KEVIN KRIEGER: Então, vamos botar
alguém da oposição!
O SR. NILO SANTOS: Aí, sim!
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito obrigado. Eu quero, em nome da Câmara de Vereadores, agradecer
muito a presença do Secretário Kevin Krieger, a sua paciência e tolerância em
aguardar que pudéssemos arredondar o horário da sua participação, uma vez que
tivemos a coincidência da vinda do Prefeito Municipal e também a Tribuna
Popular. Quero agradecer ao Valter, usuário do sistema, que nos deu aqui,
talvez, o melhor depoimento que poderíamos ter em uma Câmara de Vereadores: o
de quem usa e acessa o sistema. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h06min.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 17h07min): Estão reabertos os trabalhos.
Conforme
acordado com as Lideranças, retornamos ao período de Comunicações.
O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, na
realidade, fiz questão de usar este tempo em função das presenças do Secretário
Kevin Krieger e do nosso Prefeito Fortunati, especialmente no sentido de
valorizar, mais uma vez, a criação da Secretaria Especial dos Direitos Animais,
e também valorizar o trabalho da FASC, porque sabemos o dia a dia pesado que a
FASC enfrenta; são situações difíceis, situações de vulnerabilidade social
muito forte, são as pessoas que estão na rua - algumas há 20 anos, conforme foi
aqui relatado.
Eu me preocupo muito
com as questões do planejamento familiar nesta Cidade, todos sabem disso, e
queria aproveitar o momento da presença ainda do nosso Secretário Kevin
Krieger, aqui no nosso plenário, no sentido de que a FASC realmente faça um
conveniamento, um acesso na área do planejamento familiar, porque são inúmeras
as pessoas que vivem em situação de rua, que vivem na miséria e que precisam
ter acesso a essa política pública, mas que, muitas vezes, não procuram a
política pública por falta de informação, por falta de acesso, não porque não
queiram utilizar, mas sim porque não conhecem os procedimentos. Então, não é à
toa que nós temos uma pesquisa dizendo que mulheres que estão cursando nível
superior têm uma taxa de natalidade de 1.4, enquanto que mulheres analfabetas
chegam a ter 5.6. Essa questão, nós temos que enfrentar.
O Governo se preocupa
com várias frentes, e a questão da saúde animal é importantíssima. Temos que
valorizar, por exemplo, o que a nossa primeira-dama, Regina Becker, falou sobre
a criação de dois blocos cirúrgicos volantes para fazer o controle de natalidade
animal, para fazer com que esses animais não tenham vermes e possam, uma semana
depois, ser esterilizados.
Nós temos - e eu
trabalho há 30 anos nas nossas vilas populares - inúmeros animais que estão
circulando, que não têm dono, maltratados e que, muitas vezes, estão
contaminando a sociedade. Nós precisamos ter os animais muito bem tratados.
Precisamos também fazer uma coisa de alta relevância, que é oportunizar um
direito humano básico, que é o direito ao planejamento familiar. Neste sentido,
eu queria reforçar à primeira-dama e ao nosso Prefeito Municipal que continuem
olhando com muito carinho o nosso Centro Municipal de Planejamento Familiar no
Hospital Presidente Vargas. Não é à toa que houve uma luta muito grande não só
da parte deste Vereador, que fez esse Projeto, mas da própria Câmara, que o
aprovou. O Centro está lá, está funcionando, mas precisa de um apoio mais
forte, maior, muito especialmente para essas pessoas que querem acessar o
Centro e que, muitas vezes, não conseguem. Sabemos que há mais de 300 mil
pessoas no nosso Estado em situação de miséria ou de extrema pobreza, mais de
50 mil na nossa Porto Alegre. E nós precisamos enfrentar essa questão,
priorizar as ações públicas para essas pessoas, porque elas, realmente, muitas
vezes, não têm acesso aos serviços públicos. E a Secretaria Especial dos
Direitos Animais está dando um exemplo com a criação desse ônibus para
informação e solução dos problemas, que vai percorrer as vilas populares, e nós
precisamos pensar nisso em todos os níveis e reforçar a política pública de
planejamento familiar na cidade de Porto Alegre. Precisamos pensar muito
especialmente nas pessoas que mais precisam ser informadas para terem esse
acesso facilitado. Muito obrigado, e saúde para todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, quero saudar, inicialmente, hoje, a
vinda do Prefeito e da primeira-dama em relação ao Projeto da Secretaria
Especial dos Direitos Animais. Este Vereador apresentou duas emendas. Uma foi
contemplada, é a que prevê convênios com clínicas 24 horas. Achamos importante
esse convênio para facilitar a situação desses animais quando tiverem algum
acidente ou qualquer tipo de doença. A segunda emenda não foi aprovada,
lastimo. Nós queríamos o cadastro de todos os animais domésticos no Município
de Porto Alegre, principalmente daqueles animais que estão soltos nas nossas
ruas e avenidas, mas vamos continuar trabalhando para que isso aconteça,
primeiro porque teríamos um censo do número de animais na rua, e, segundo, se o
animal receber um chip quando
adotado, saberemos se, daqui a pouco, o animal foi abandonado. Eu volto a
dizer: quando se adota, se adota para toda a vida.
Eu quero trazer
novamente um assunto que tenho debatido aqui nos últimos tempos, a respeito do
lotação Ipanema. Ontem, tivemos uma reunião - inclusive três Vereadores
participaram: Ver. Luiz Braz, Ver. João Carlos Nedel e Ver. Pujol - com os
permissionários. O que aconteceu? Ontem, os permissionários disseram que os
lotações Ipanema voltariam a funcionar, mas, às seis horas da tarde, não havia
mais nenhum lotação. Hoje, desde a parte da manhã, está funcionando. Tivemos
que monitorar isso. Há um funcionário nosso que olhou lotação por lotação. E
quando disseram, ontem, que não tinha lotação, qual foi a surpresa hoje? Vinte
e cinco minutos... Então, apareceram de uma hora para a outra? E outra coisa
que aconteceu hoje: o lotação passou e não quis pegar pessoas. Duas pessoas
conseguiram, porque o nosso funcionário parou com a moto na frente do lotação,
e aí o motorista disse que não tinha visto.
Então, eu vou
solicitar de novo ao Cappellari, mas eu vou solicitar mais ao Prefeito Fortunati,
porque o que está ocorrendo aqui é um desmando! E eu vou tentar induzir essas
pessoas que não pegaram o lotação para irmos novamente para a delegacia, porque
este assunto já está na esfera policial. Eu volto a dizer que isso está tomando
proporções muito graves, e eu tenho medo, inclusive, de risco de vida, porque,
do jeito que está indo, consolidada esta situação...Telefonem para o 118 da
EPTC e perguntem quais são os horários dos lotações. Sabe o que a EPTC diz?
“Liga para a ATL”. Ora, nós estamos invertendo o papel!
Portanto, agora não
estou falando mais para o Secretário Cappellari; estou falando para o Prefeito
Fortunati! Estou insistindo nesse assunto e vou bater nele todos os dias,
porque já fizemos uma ocorrência policial e, amanhã, vamos fazer nova
ocorrência policial. Vamos ver até que hora esse pessoal vai trabalhar hoje. O
que está ocorrendo? Ou é a EPTC que determina ou é a ATL! Eu volto a dizer que
esse conflito não me serve e que, na realidade, nós queremos é que a população
possa utilizar aquele transporte ao qual tem direito.
Agora estamos
monitorando, com um funcionário de moto, um funcionário de carro, para
acompanhar todo o percurso, e aí, daqui um pouquinho, atrasam dez minutos aqui,
quinze minutos ali, mas nós vamos fazer isto todos os dias: monitorar horário
por horário. Se a EPTC não tem horário, o Ver. Professor Garcia vai saber o
horário dos lotações, pelo menos dos de Ipanema!
Repito que ontem o
Ver. João Carlos Nedel, o Ver. Pujol e o Ver. Luiz Braz - inclusive, fico
contente que ele ainda esteja aqui - e eu participamos de uma reunião. Nós
precisamos resolver esse assunto, que está tomando proporções sobre as quais o
Poder Público está perdendo o controle. Estão ameaçando pessoas!
Quero saber por que
não quiseram pegar passageiro hoje. Quando a moto travou, a desculpa é que o
motorista não tinha visto. Então, é seriíssimo, gente! Não adianta querer jogar
parte da população, também, do outro lado, dizendo: “Não, o Garcia quer que
bote lotação em Ipanema e tire do outro lado.” Mentira! Mentira! Este Vereador
só quer que seja Ipanema! O que for Loteamento Moradas da Hípica, Loteamento
Nova Ipanema, que bom, que fique! Que fique! Que fique, porque nós queremos,
sim, que sejam dadas condições! Agora, acordar e depois não cumprir, não
existe. Não existe! E é por isso que nós fomos à Delegacia do Consumidor, e é
por isso que a Polícia autuou a EPTC, no art. 66, dizendo que era propaganda
enganosa. E foi o que ocorreu.
Eu estou preocupado,
porque este tema está tomando proporções seriíssimas - seriíssimas -; por isso
o meu apelo, então, já não é mais para o Cappellari, é para o Prefeito
Fortunati. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo o Memorando nº 058/11, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto,
que solicita participar da 29ª Reunião Ordinária do Conselho das Cidades, em
Brasília, no dia 28 de junho.
Apregoo o Memorando nº 061/11, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que
solicita representar esta Casa no dia 29 de junho, a partir das 14h, no
Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari. O assunto a ser tratado é
“Câmara Temática Regional de Infraestrutura e Mobilidade Urbana”.
Apregoo o Memorando nº 056/11, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto,
que solicita representar esta Casa no dia de hoje, a partir das 9h, no Sheraton
Porto Alegre Hotel, para participar da abertura da 75ª Reunião do Fórum
Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte Urbano e Trânsito.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, que requer sejam
as cópias dos apanhados taquigráficos referentes ao pronunciamento da Srª Lígia
Zamin, da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul, no período de Tribuna Popular da 62ª Sessão Ordinária, nesta
quinta-feira, 30 de junho de 2011, encaminhadas ao Sr. Governador do Estado do
Rio Grande do Sul e ao Sr. Presidente da Assembleia Legislativa.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Toni Proença,
lembro-me desse Requerimento do Ver. Adeli Sell, e ele dizia que não apenas a
fala da Srª Lígia Zamin deveria ser enviada ao Governador, mas também as falas
dos Vereadores que participaram naquele momento. Esse foi o Requerimento
naquele instante, pelo menos o que eu ouvi.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Atendendo à
sua solicitação, adendo ao solicitado pelo Requerimento, serão enviadas as
notas taquigráficas de todo o período. Talvez o Requerimento não tenha
expressado isso.
O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Vereador.
Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
tenho um respeito e uma admiração muito grande pelo Ver. Professor Garcia por
todo o trabalho que ele exerce, e agora, pela liderança que ele tem lá no
bairro Ipanema, mas, quando ele fala sobre lotações, ele diz que as pessoas têm
a obrigação de fazer um trajeto pelo interior de Ipanema, em regiões onde os
transportadores estão dizendo que pegam meia dúzia de pessoas, o que não é
viável, portanto, economicamente, para um lotação naquela região.
Professor Garcia, nós
sempre conversamos em alto nível, e eu acredito que quem deve fazer os trajetos
para lotações e ônibus nas regiões da Cidade são técnicos especializados, os
quais vão fazer a leitura de onde pode e de onde não pode entrar lotação ou
ônibus. O que não pode se conceber é que, de repente, se coloque um lotação
numa região da Cidade onde não é viável economicamente, porque não é o Poder
Público que está lá colocando o seu carro e, portanto, sendo pago por toda a
sociedade, mas sim um permissionário que está indo até uma região da Cidade
para poder prestar aquele serviço. Eu estava lá na reunião com V. Exa, e o que
nós ouvimos ontem é que não é que essas pessoas não queiram prestar o serviço,
é que elas viram que estão inviabilizadas de prestar aquele tipo de serviço
naquela região. Então eles propuseram para V. Exª colocar um carro gratuito
para poder circular no interior de 25 em 25 minutos, para puxar as pessoas para
a linha principal. Eu não sei se V. Exª aceitou a proposta ou não, mas eles iam
levar também essa proposta até a EPTC.
O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Luiz Braz.
Primeiro, o trajeto não foi este Vereador que fez. Este trajeto é utilizado
pela EPTC há mais de 20 anos, e é o mesmo trajeto que a EPTC determinou. Bom, o
permissionário diz que ele não tem passageiro. O que aconteceu? Voltou no
sábado, não funcionou; segunda-feira, eles não compareceram e disseram que a
EPTC não havia dito; terça-feira, eu tive que dar queixa na Polícia, e aí a
Delegacia de Defesa do Consumidor enquadrou a EPTC em propaganda enganosa.
Ontem, começou o serviço. Eles vieram aqui e, às seis horas da tarde, pararam!
Monitoramos, e, em dois dias seguidos, já havia 20, 25 pessoas pegando o
transporte, quer dizer, são 25 passageiros! Será que não tem? E outra coisa:
deixaram de pegar alguns.
Agora, sobre aquela
proposta, foi o que eu disse para eles: primeiro, eu nunca tratei com a ATL. O
órgão que representa o Município e que dá a permissão é a EPTC. Então, que eles
apresentem a proposta para a EPTC. Outra coisa: não foi o Ver. Garcia que
aprovou; a proposta veio e foi endereçada à Associação dos Moradores do Bairro
Ipanema. Mas eu concordo com V. Exª que tem que ser algo rentável, até porque o
negócio, para ser bom, tem que ser bom para ambas as partes.
O SR. LUIZ BRAZ: Exatamente. E eu
acredito que não é aquele pessoal que não quer fazer; até eles disseram para V.
Exª que iriam fazer por três, quatro dias mais, mas não dá para fazer mais do
que isso, porque eles dizem que, na linha que eles estão acostumados, eles
pegam 300 passageiros, e ali eles trabalhavam com, no máximo, 20 passageiros -
pelo menos foi o que eles colocaram, ontem, para nós.
Mas é claro que tem
que ser feita uma nova contagem, e esse acompanhamento que V. Exª faz, acho que
é extremamente importante. Acho que conversar com o pessoal da ATL não é ruim,
porque, afinal de contas, eles representam um segmento da Cidade, e eu acho que
nós temos, sim, que ir lá dialogar com eles. Acho importante que a gente possa
trocar ideia com eles e até fazer essa comunicação entre eles e a Prefeitura
Municipal, para deixar que o diálogo flua e que nós participemos dele, porque,
afinal de contas, nós representamos a sociedade no geral. É isso?
O Sr. Professor Garcia: Obrigado, Vereador.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver.
Professor Garcia, que está tratando de um assunto extremamente importante para
todos nós, porque, afinal de contas, na segunda-feira, Ver. Toni Proença, nós vamos votar aqui, neste plenário,
algumas modificações com relação aos lotações, agora seletivos, diretos. Afinal
de contas, nós vamos votar uma linha para o bairro Ipanema, e eu acredito que
essa linha do bairro Ipanema vai ser uma linha extremamente rentável, mas eu
não sei se, daqui a pouco, colocarão a linha lá no bairro Ipanema, porque vai
ser um carro modificado; inclusive não dá para chamar esse carro simplesmente
de táxi-lotação, porque ele tem tamanho de ônibus, vai ser um carro com 37
lugares; então ele tem tamanho de ônibus. É difícil a gente dizer que esse é um
trabalho de lotação, mas vai ser um seletivo direto. Eu acho que vai ser bom,
vai melhorar para o pessoal do bairro Restinga, só que não sei se, daqui a
pouco, vai ter viabilidade econômica. Vai custar mais caro vir de lotação do
que vir pelo transporte coletivo normal? Claro que vai custar mais caro. Será
que as pessoas vão querer pagar mais caro? Vai ter gente suficiente para pagar
mais caro para vir do bairro Restinga até o Centro da Cidade? Porque a vinda
vai ser direta desde o bairro Restinga até o Centro da Cidade. Eu não sei, eu
acho que o tempo é que vai marcar.
Agora, com relação
aos três carros do bairro Ipanema, disseram, na reunião em que estavam
presentes este Vereador, o Ver. Professor Garcia, o Ver. Pujol e outros
Vereadores que não me recordo, que não há viabilidade econômica. Os três carros
pegam poucos passageiros, e, quando entram no interior do bairro Ipanema, eles
preferem até dar um carro de graça para levar as pessoas para a linha
principal. Então, por isso, acho que esse não é um assunto para delegacia de
polícia, é um assunto para ser conversado com a Secretaria responsável pelo
transporte público da nossa Cidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Encerrado o
período de Comunicações.
Por acordo de
Lideranças, a partir de Requerimento do Ver. Bernardino Vendruscolo e do Ver.
Beto Moesch, o período de Grande Expediente foi transferido para a próxima
segunda-feira.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1385/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/11, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que
proíbe, no Município de Porto Alegre, a comercialização, a exposição e a
distribuição de material escolar que contenha qualquer tipo de imagem que
estimule a violência ou a exploração sexual.
PROC.
Nº 1511/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/11, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que
obriga o prestador de serviços de TV a cabo, por telefone, rádio ou satélites,
de telefonia fixa ou móvel, de Internet ou de outros serviços análogos a enviar
súmula do contrato de adesão ao contratante, em caso de contrato celebrado por
via telefônica.
PROC.
Nº 1942/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/11, de autoria do
Ver. Idenir Cecchim, que
inclui a Feira Temática de Artesanato do Mercado Público no Anexo II à Lei nº
10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto
Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a
gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, nos meses de
abril a dezembro, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1958/11 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/11, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni e outros, que
inclui art. 19-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, proibindo a
nomeação ou a designação para cargo em comissão ou função de direção, chefia ou
assessoramento, na administração direta e na administração indireta, de pessoa
que seja inelegível em razão de atos ilícitos.
PROC.
Nº 2270/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/11, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que inclui
a efeméride Semana Municipal do Bairro Farrapos no Anexo à Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – que institui o
Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto
Alegre e organiza e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores,
na terceira semana do mês de setembro.
PROC.
Nº 1582/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/11, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que institui a
Mostra Aberta de Cinema, destinada à exibição de produções cinematográficas
nacionais independentes, que será realizada anualmente, durante a semana que
integrar o dia 19 de junho, no Teatro Glênio Peres, da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
PROC.
Nº 1941/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/11, de autoria do
Ver. Idenir Cecchim, que
inclui art. 8º-A na Lei nº 10.199, de 11 de junho de 2007 – Estatuto do
Pedestre –, e alterações posteriores, dispondo sobre telefones públicos
instalados em calçadas.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não havendo
nenhum Vereador inscrito, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h30min.)
* * * * *